qual o tipo de violência mais comum praticada contra as mulheres
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A violência física ou sexual praticada pelo próprio parceiro afeta quase 60% das mulheres em alguns países das Américas. O número foi divulgado na semana passada (29) pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que considerou como “um problema generalizado de saúde pública” as agressões motivadas por questões de gênero. No Brasil, em torno de 17% das mulheres de 15 a 49 anos serão vítimas desse tipo de abuso em algum momento das suas vidas.
Instalação artística na Cidade do México homenageia as mulheres vítimas de feminicídio. Obra foi realizada para o Dia Internacional da Mulher de 2018, lembrado em 8 de março. Foto: ONU Mulheres/Dzilam Mendez
Instalação artística na Cidade do México homenageia as mulheres vítimas de feminicídio. Obra foi realizada para o Dia Internacional da Mulher de 2018, lembrado em 8 de março. Foto: ONU Mulheres/Dzilam Mendez
A violência física ou sexual praticada pelo próprio parceiro afeta quase 60% das mulheres em alguns países das Américas. O número foi divulgado na semana passada (29) pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que considerou como “um problema generalizado de saúde pública” as agressões motivadas por questões de gênero. No Brasil, em torno de 17% das mulheres de 15 a 49 anos serão vítimas desse tipo de abuso em algum momento das suas vidas.
O índice brasileiro é próximo do identificado no Uruguai. Na Bolívia, a taxa chega aos alarmantes 58,5% — a mais alta da região. O país é seguido pelo Equador (40,4%) e pelos Estados Unidos (37,7%). Em outras nove nações — Argentina, Colômbia, Costa Rica, Haiti, Honduras, Jamaica, Peru, República Dominicana e Trinidad e Tobago —, a violência de gênero afeta mais de um quarto das mulheres em algum momento de suas vidas.
A OPAS divulgou as estatísticas por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, lembrado em 25 de novembro. Os dados são parte de uma revisão de pesquisas nacionais sobre a prevalência da violência pelo parceiro íntimo. Levantamentos foram realizados em 24 países do continente americano.
“Um problema dessa magnitude só pode ser resolvido por meio de colaboração intersetorial”, defende a diretora adjunta da OPAS, Isabella Danel. “O sistema de saúde deve fornecer às vítimas serviços empáticos, eficazes e acessíveis.”
A especialista também acredita que “o setor da saúde pode se tornar um poderoso aliado por meio da coleta e análise de dados que informam políticas e ações para prevenir essa violência”.
O estudo mostra que certos tipos de violência praticados por parceiros podem ter diminuído nos últimos 20 anos em pelo menos sete países da região — Canadá, Colômbia, Guatemala, Haiti, México, Nicarágua e Peru. No entanto, algumas variações nos dados são mínimas e alguns indicadores não mudaram de maneira linear, o que sugere que se deve ter cautela ao interpretar esses números.
A violência contra as mulheres tem consequências para a saúde que incluem o feminicídio, doenças associadas à infecção pelo HIV, suicídio e mortalidade materna. Outros problemas são lesões, infecções sexualmente transmissíveis (IST), gravidez indesejada, problemas na saúde sexual e reprodutiva e transtornos mentais.
Variações nacionais
Ao analisar a ocorrência de violência de gênero praticada pelo parceiro nos 12 meses anteriores à pesquisa, a OPAS aponta percentuais que variam de 1,1% das mulheres no Canadá a 27,1% na Bolívia.
Os dados de oito países oferecem a possibilidade de comparar os níveis de violência ao longo do tempo. Evidências preliminares sugerem que, nos últimos 15 a 20 anos, tanto a violência física quanto a violência sexual podem ter diminuído no Canadá, Colômbia, Guatemala, Haiti, México, Nicarágua e Peru.