Qual o tema principal do texto? O padeiro,.,?
2) A crônica se desenvolve em torno de um homem que rotineiramente recolhe o pão que é entregue à porta
de sua casa, mas no dia relatado o pão não está no lugar de costume. O homem ao notar a ausência do
alimento lembra-se de uma reportagem sobre o “pão dormido”. Logo em seguida qual foi sua lembrança,
descreva sobre isso, e escreva a parte do texto que discorre sobre a lembrança.
3) A memória desse padeiro transporta o homem (narrador personagem) para um estado de reflexão? Qual?
4) Nesta crônica, Rubem Braga reflete que o trabalho de padeiro tem suma importância. O “ser invisível”
assumido pelo entregador de pães é uma condição equivocada imposta pelas relações sociais, que
desvalorizam profissões importantes por conta de questões culturais e econômicas. Em que parte do texto
podemos perceber tal reflexão? Descreve seu ponto de vista sobre esse equívoco imposto.
Texto:O padeiro
Rubem Braga
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento -
mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera
sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que
suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido
conseguirão não sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava
a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
"Então você não é ninguém?"
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a
campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha
lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não
senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que
estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia
o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem
pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda
quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz! Eu era só um rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que
levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu
nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de
humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!"
E assobiava pelas escadas.
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Resposta:
não sei não viu
????
Explicação:
não
????
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