Qual o significado da frase:
“Aqui estão os sacerdotes, e muito embora sejam meus inimigos, meu sangue está ligado ao deles."
Soluções para a tarefa
Resposta:
Perspectivas Aqui estão os sacerdotes; e muito embora seja m meus inimigos. . . Meu san gue está ligado ao deles." (F. Nietzsche, assim falava Zaratustra). Houve um tempo em que os descrentes, sem amor a deus e sem religião, eram raros. Todos eram educados para ver e ouvir as coisas do mundo religioso, e a conversa cotidiana, este tênue fio que sustenta visões de mundo, confirmava que este é um universo encantado e maravilhoso no qual, por detrás e através de cada coisas e cada evento, se esconde e se revela um poder espiritual. ... Expressões de um mundo que vivia a vida temporal sob a luz e as trevas da eternidade. E talvez seja esta a marca de todas as religiões, p or mais longínquas que estejam umas das outras: o esforço para p ensar a realidade toda a partir da exigência de que a vida faça sentido. Mas alguma coisa ocorreu. Quebrou-se o encanto. O céu, morada de deus e seus santos, ficou de repente vazio. Virgens não mais apareceram em grutas. Milagres se tornaram cada vez mais raros, e passaram a ocorrer sempre em lugares distantes com pessoas desconhecidas. Desapareceu a religião? De forma alguma. Ela permanece e frequentemente exibe uma vitalidade que se julgava ex tinta. Mas não se pode negar que ela já não pode frequentar aqueles lugares que um dia lhe pertenceram: foi expulsa dos centros do s aber científ ico e das câmaras onde se tomam as decisões que concretamente determinam nossas vidas. Permanece a experiência religiosa — fora do “nulo da ciência, das fábricas, das usinas, das armas, do dinheiro, dos bancos, da propaganda, da venda, da co mpra, do lucro. A religião não se liquida com a abstinência dos atos lamentais e a ausência dos lugares sagrados, mesma forma como o desejo sexual não se nina com os votos de castidade. E é quando a dor bat e à port a e se esgotam os recursos da técnica que nas pessoasacordam os videntes, exorcistas, os mágicos, os curadores, os benzedores os sacerdotes, os profetas e poetas, aquele que reza e suplica, sem saber direito a quem. . . O que ocorre frequência é que as mesmas perguntas religiosas do passado se articulam agora, travestidas, por meio de símbolos secularizados. Promessas terapêuticas de paz indi vidual, de ha rmonia íntima, de liberação da angústia, esperanças de ordens sociais fraternas e justas... ...seremos forçados a concluir não que o nosso mundo se secularizou, mas antes que os deuses e esperanças religiosas ganharam novos nomes e novos rótulos, e os seus sacerdotes e profetas novas roupas, novos lugares e novos empregos. – A religião está m ais próxima de nossa ex periência pesso al do qu e desejamos admitir. O estudo da religião, portanto, lon ge de ser uma janela que se abre apenas para panoramas externos, é como um espelho em que nos vemos.