Qual o problema com o ensino universitário no Brasil?
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Resposta:
Brasil tem índices muito baixos de pessoas com Ensino Superior completo. O dado, bastante preocupante, faz parte do relatório “Education at a glance”, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que inclui 45 países. O estudo deixa claros os desafios do sistema de ensino brasileiro, em um cenário que, por ora, não parece muito favorável.
O relatório da OCDE aponta, entre outros dados, que apenas 21% dos brasileiros entre 25 e 34 anos de idade possuem um diploma de formação superior. A taxa é bem inferior à média dos países pesquisados pela Organização, que é de 44%. Para se ter ideia, o Brasil só fica à frente de China, Indonésia, Índia e África do Sul. Esse, talvez, seja um dos maiores desafios para o Brasil: realizar a verdadeira inclusão educacional que o país precisa. Muitas universidades públicas foram abertas no nosso território, o número de instituições privadas aumentou substancialmente, mas ainda é pequeno o total de pessoas que conseguem concluir os cursos.
Uma série de fatores se somam para compor esse cenário de baixo índice de conclusão dos cursos. A realidade econômica do país talvez seja o principal deles, e tem diversos reflexos nesta questão. Primeiro, pela dificuldade de acesso a crédito. Apesar das diversas iniciativas governamentais e particulares de concessão de crédito estudantil, muitos não conseguem honrar as dívidas e acabam tendo que abandonar seus cursos. Segundo que, com um mercado de trabalho mais instável, em que vagas de trabalho são fechadas constantemente e quem perde seu emprego acaba impossibilitado de pagar pelo ensino; além de forçar o trabalho informal, em horários por vezes incompatíveis com o estudo.
Esses pontos se refletem em outro dado do relatório: apenas um terço dos ingressantes no Ensino Superior concluem seus cursos no tempo previsto. A média dos países pesquisados é de 39%. Esses dados deixam muito claro que os investimentos na educação não podem ser direcionados apenas no acesso, mas principalmente na manutenção do aluno em sala de aula. E isso só será possível com esforços conjuntos em diversas frentes, a fim de possibilitar mais segurança ao estudante universitário.
Temos que pensar, também, que o problema do abandono dos estudos nas faculdades e universidades também tem a ver com as etapas anteriores da educação. O próprio Ensino Médio já sofre com essa deficiência, o que gera um efeito dominó. Fato é que, para resolver os problemas da educação no Brasil, serão necessários ainda várias etapas de investimentos focados, com recursos bem aplicados. A Educação Básica, início da vida acadêmica de qualquer pessoa, também sofre. Ou seja, as deficiências são gerais. Talvez, antes de pensarmos no patamar superior, seja premente atentar para as limitações dos estágios mais básicos. É um investimento a longo prazo, mas que, no futuro, pode gerar melhora, inclusive, na qualidade dos profissionais que se formam e entram no mercado de trabalho.
Explicação:
Resposta:
Os desafios do ensino superior se tornam ainda mais contundentes em tempos de crise no cenário nacional, quando as instituições educacionais (não apenas as de ensino superior) sofrem com cortes de verbas e programas do governo, diminuição da disponibilidade de recursos para financiamento estudantil, evasão de alunos, inadimplência, aumento da taxa de desemprego, dentre outros problemas.
Explicação:
Além disso, a oferta crescente de cursos na modalidade Educação a Distância (EaD) também é uma preocupação para IES que atuam exclusivamente no modelo presencial, uma vez que isso aumenta a concorrência e, consequentemente, torna o mercado ainda mais acirrado e competitivo.