Qual o papel econômica da Inglaterra na crise do século XVII na Europa?
Soluções para a tarefa
Resposta:
META
Apresentar aspectos constituintes da crise econômica do século XVII e sua
conseqüência para a instituição do modo de produção capitalista.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
identificar os fatores geradores da crise econômica do século XVII;
explicitar as conseqüências provenientes da crise do século;
descrever a importância das revoluções ocorridas na Inglaterra no século XVII
para abertura do desenvolvimento capitalista.
PRÉ-REQUISITOS
Informar-se sobre os descobrimentos geográficos realizados pelos europeus
ocidentais a partir do século XIV, procurando identificar as principais rotas
comerciais decorrentes.
Temas de História Econômica
A “longa marcha” para a instituição do modo de produ-ção capitalista,
iniciada no século XVI, sofreu uma desaceleração em virtude da crise
econômica que ocorreu durante o século XVII, manifestada no processo
de recessão (fenômeno econômico caracterizada por queda de produção,
aumento da taxa de desemprego, diminuição da taxa de lucros) e concentração (processo em que um pequeno número de pessoas e empresas passa a
controlar os diversos componentes da atividade econômica). Esses processos afetaram de forma geral o desenvolvimento da acumulação de capital
ao favorecer a formação de um minoritário agrupamento social ligado ao
comércio, que concentrou rendas e investiu em atividades econômicas
que contribuíram para o desenvolvimento da Revolução Industrial. Por
outro lado, a crise econômica do século XVII motivou a ocorrência de
revoltas camponesas e revoluções burguesas, em especial na Inglaterra, que
determinaram a desarticulação do absolutismo e a sua prática econômica
mercantilista.
A crise econômica do século XVII Aula
A CRISE 6
Ao estudar a crise econômica ocorrida no século XVII, o historiador
Eric Hobsbawm afirmou que a desaceleração das atividades econômicas foi
fruto das contradições criadas pelo modelo de crescimento desenvolvido
durante o século XVI, que aconteceu respaldado na expansão da atividade
comercial vinculada ao mercado externo, dentro dos limites demarcados
pela estrutura feudal, ainda dominante no mundo europeu.
Na sustentação de sua tese, Eric Hobsbawm apresenta a análise de três
contradições básicas para a ocorrência da crise econômica do século XVII:
a) a ocorrida no mercado oriental, onde o
crescimento da atividade comercial na Europa
ocidental (Polônia, Rússia e outras regiões
do leste europeu) aconteceu lastreado na
produção agrícola destinada ao mercado externo através da exploração mais intensa do
trabalho servil, fator que impediu a formação
de um mercado consumidor de produtos
manufaturados de outros centros econômicos. Esse modelo permitiu a concentração de
riquezas nas mãos dos poucos e “já opulentos
senhores feudais”, enquanto aprofundava
a miséria da vida camponesa e impedia a
formação de segmentos sociais capazes de
efetuar ações de consumo, impondo limites à
expansão comercial;
b) contradição decorrente do modelo adotado
pela expansão comercial ocidental, principalmente a realizada no século XVI, que
aconteceu através da conquista, do roubo e
da colonização, que tinha como preocupação
central o fornecimento para o mercado europeu de produtos como: metais
preciosos – ouro e a prata - e especiarias, sem uma política definida para a
criação de centros consumidores de produtos manufaturados originários
de regiões da Europa. Essa prática foi característica do mercantilismo do
século XVI, em que a Espanha teve um papel preponderante. Postura que
foi modificada no século XVII, principalmente pela Inglaterra e França,
quando os dois mercantilismos passaram a valorizar a produção de mercadorias (manufaturas) na metrópole para alcançar uma balança comercial
favorável;
c) por último, o historiador inglês aponta a contradição acontecida no
mercado interno dos países europeus, envolvidos nos primeiros momentos da expansão comercial, na medida em que a relação servil Camponeses medievais no séc. XVI
Temas de História Econômica
ava dominante, estrangulando o movimento de formação do
trabalhador livre, do proprietário comerciante, da expansão da
manufatura no lugar do artesanato e o domínio da circulação
em que a moeda fosse o principal meio de troca. Logo, impedia
o desenvolvimento do comércio interno e de outra forma de
extração das riquezas produzidas pelo trabalho.
A crise de natureza econômica, acontecida durante o século
XVII, foi acompanhada e ampliada em determinados momentos
e regiões européias por fatores externos, como os provenientes
das epidemias (a cólera, o sarampo, varíola e o tifo) e das guerras,
em especial a dos Trinta Anos, que provocaram a redução do
crescimento demográfico, causando uma diminuição da oferta
de mão de obra, como também de propensos consumidores.