qual o papel da invisibilidade na interpretacao do mito do anel de giges?
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Quando Sócrates lançou o desafio do “conhece-te a ti mesmo” talvez não imaginasse que, nos mais de dois mil anos de história que se seguiram a ele, tantas respostas seriam dadas e tantas interrogações acerca do ser humano ainda permaneceriam em aberto, não obstante os empreendimentos dedicados ao auto-conhecimento e à antropologia sob suas diferentes perspectivas. O objeto deste breve ensaio é apenas um dos tantos aspectos relativos a esse fenômeno, a saber, a conduta humana e suas motivações. Muitos são os tratados éticos que se ocupam desse tema e que, como tarefa prelimiar, precisam desenvolver uma concepção do humano a partir daquilo que há de mais permanente nesse fenômeno. Assim, começa a busca por um princípio de unidade para o múltiplo que caracteriza o ser humano, o que, em outras palavras, pode ser tratado como o desenvolvimento metafísico do sujeito. Uma vez conhecida a “essência humana”, bastaria estabelecer as regras de conduta mais adequadas a ela e nisso também estaria dado o próprio conceito de virtude. A ética, entendida como o empreendimento filosófico dos fundamentos e das justificativas para a ação, busca eleger os conceitos em torno dos quais uma teoria da ação possa gravitar. A idéia do bem, a busca da felicidade ou do bem-estar, a razão, por exemplo, são alguns desses conceitos que fornecem critérios para ordenar a conduta humana. Eis, portanto, um pressuposto fundamental de toda ética que se descortina a partir disso: a ação humana necessita de regras.
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