Qual o objetivo da construção da Estrada de ferro Sorocabana? Atualmente é a conhecida como Estação Julio Prestes onde encontramos a (Sala São Paulo/ fundação Osesp).
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Resposta:
Em meados do século XIX o café tornou-se o produto mais importante da economia brasileira e seu cultivo expandiu-se rapidamente em direção ao oeste paulista. Com as plantações cada vez mais distantes do porto e da capital do Estado, o transporte passou a ser um problema. Realizado por tropas de mulas através de caminhos precários, à razão de 20 km por dia, os custos apresentavam-se inviáveis para os produtores de fazendas localizadas a mais de 180 km da cidade de São Paulo.
A primeira estrada de ferro de São Paulo foi idealizada por Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, e propunha a transposição da Serra do Mar pela interligação ferroviária de Santos a Jundiaí. A estrada foi construída em 1867 mas por empresas e capital ingleses que, em troca, obtiveram do Governo Brasileiro o monopólio do transporte ferroviário na Serra do Mar. Fundou-se assim a São Paulo Railway Company que, no controle do trecho mais importante para o transporte do café, não se interessava pela ampliação de seus serviços. Os chamados barões do café e os produtores de algodão uniram-se então com o propósito de levar a malha ferroviária para o interior do Estado, mas divergências com relação ao trajeto levaram à divisão dos grupos e uma mesma região acabou sendo atendida por duas companhias: a Ituana e a Sorocabana.
A Sorocabana foi inaugurada 1875, tendo à frente o empresário húngaro Luís Matheus Maylasky, que obteve junto ao Governo do Império o financiamento necessário para colocar a ferrovia em operação. O alto custo e a má administração da estrada de ferro ocasionaram enormes dívidas, cuja liquidação era feita com novos empréstimos. A situação financeira da Sorocabana agravou-se com a crise na produção algodoeira e em 1880 o Governo do Império, seu maior credor, interveio na administração. A principal medida foi a transferência da sede da empresa de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde permaneceria sob uma fiscalização mais severa.
Em dezembro do mesmo ano assumiu o controle da Sorocabana o banqueiro Francisco de Paula Mayrink, um dos homens mais ricos e influentes do Império. Mayrink pretendia levar a estrada de ferro até o litoral pondo fim ao monopólio da São Paulo Railway Company. A construção destes trilhos era essencial para a Sorocabana, pois permitiria realizar o transporte do oeste paulista ao litoral sem depender da companhia inglesa. Um outro objetivo era continuar a expansão dos trilhos para o oeste paulista. Em 1892 a Sorocabana absorveu a deficitária Ituana, pondo fim às rivalidades pelo transporte no interior.
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