Biologia, perguntado por natsilveira200p8frls, 1 ano atrás

Qual o nicho ecologico dos camelos?

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Respondido por igorgalvaosousa
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Cerca de 80% das plantas estabelecem micorrizas em condições naturais, o que representa grandes vantagens para as plantas, não apenas pelo aumento de absorção de nutrientes – estimulando o seu crescimento –, mas também alguns fungos micorrízicos podem reduzir efeitos provocados por alguns organismos patogénicos, tornando-se deste modo elementos de luta biológica.

Os fungos, juntamente com as bactérias, são os únicos seres vivos existentes capazes de digerir duas das substâncias presentes numa árvore – lenhina e celulose – realizando a decomposição da matéria orgânica. Através desta decomposição, os fungos promovem a reciclagem de nutrientes que já fizeram parte de outros seres vivos.

Algumas estimativas do número de espécies de fungos existentes na Terra apontam para valores na ordem 1.500.000 (Hawksworth, 1995). Segundo Gillean T. Prance (1993) algumas espécies fúngicas já se encontram em declínio em alguns habitats, por razões de diversa ordem, desde a chuva ácida até à colheita excessiva das espécies comestíveis mais populares.

Os macrofungos são fungos com "grandes" estruturas reprodutoras, designadas por esporocarpos, carpóforos ou então o nome mais comum – cogumelos. Estes são os corpos frutíferos dos fungos, ou seja, são a parte visível que os fungos necessitam para a sua reprodução, os quais têm por função a produção e dispersão de esporos (o equivalente às sementes nas plantas) que permitem a sua disseminação. O fungo é constituído pelo micélio – rede de filamentos, através dos quais fazem a absorção de nutrientes e de água essenciais ao seu desenvolvimento – e pelo cogumelo em si – estrutura reprodutora. Os períodos de frutificação são muito aleatórios e algumas espécies não ocorrem todos os anos, sendo o Outono e a Primavera a época por excelência para o seu aparecimento. Se alguns carpóforos persistem alguns anos, a maior parte desaparece em menos de uma semana. As espécies mais pequenas são ainda mais efémeras – alguns Coprinus ou Mycenas minúsculas esvanecem-se em algumas horas. O aspecto morfológico do cogumelo varia não só com a espécie mas também em função da idade, o que por vezes pode complicar a sua identificação se não se tiver exemplares em diferentes estágios de crescimento.

A sazonalidade é das questões mais importantes quando se tenta estimar a diversidade macrofúngica, dependendo o aparecimento dos carpóforos de factores como a temperatura, precipitação, ph do solo, disponibilidade de nutrientes e os padrões de sucessão da vegetação.

A inventariação das espécies fúngicas é um passo essencial que falta concretizar na maioria dos países, entre os quais se inclui Portugal. É necessário efectuar inventários, mapeamento e criar listas vermelhas, sendo que a avaliação da diversidade de macrofungos exige alguns anos de inventário até que a curva espécies/área estabilize. Segundo Régis Courtecuisse (2001) um passo muito importante deverá e pode ser dado de forma rápida e efectiva como estratégia de conservação, e que consiste na conservação dos seus habitats. Os fungos não podem ser protegidos individualmente, pois a sua biologia, as frequentes dificuldades inerentes à sua identificação, mesmo por parte dos especialistas, entre outras peculiaridades, não se adequam com esta opção.

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