Qual o Estado amazônico com o maior número de grandes projetos?
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Resposta:
nao sei..................
Tanto saberes locais quanto científicos em sociedades amazônicas, tendem a ser atingidos por impactos referentes a grandes projetos de investimentos (GPIs), sendo o Estado o maior financiador dessa fragmentação territorial e desfiliação sociocultural, com efeitos opostos à sustentação do bioma, a exemplo do que se percebeu a partir de dotações orçamentárias históricas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A esse respeito, tome-se o ocorrido em novembro de 2012, quando foi aprovado financiamento de R$ 22,5 bilhões para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu/PA. A obra é de alto impacto socioambiental. O valor atinge 80% do custo da obra, calculado em R$ 28,9 bilhões. É o maior empréstimo de todos os tempos feito pelo BNDES para um único projeto amazônico, que conta ainda com apoio privado.
No contexto do Estado do Amazonas, Banco do Estado do Amazonas (BEA), Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Cigás e Porto de Manaus passaram por mudanças relacionadas à privatização. Também feiras, mercados, parques, praças de alimentação, cemitérios e praias têm sido total ou parcialmente privatizados. A concessão da água em Manaus à empresa Águas do Brasil, do Grupo Solvi, dono da Águas do Amazonas, que administra o abastecimento na capital, configura-se o mais novo negócio do ramo, totalizado em R$ 3,4 bilhões.
São fatos que indicam a existência de uma disposição governamental para o desenvolvimento do Amazonas, mas sem propostas sólidas de governança do Estado — e nada muito diferente acontece na Amazônia de forma global. A perspectiva aponta que o planejamento efetivado para promover a evolução do bioma não parece ser adequado, posto que importa modelos externos e torna miméticas as ações.
Apesar disso, grande parte dos GPIs ganha força no Legislativo a partir de propostas do Poder Executivo, indicando que o Estado fortalece a si próprio e a seus interesses na medida da conveniência, granjeando apoio a partir de partidarismos margeados por divisões de cargos e apoios eleitorais.
Em amplos sentidos, sintomas de GPIs constituem injustiças socioambientais geradas a partir de implantação das obras, as quais acirram conflitos devido à competição de classes, evidenciada a partir da intervenção em sociedades amazônicas. A crescente disseminação de projetos de aproveitamento do potencial mineral, madeireiro e hídrico da natureza é exemplo regional de implicações que a configuração atual do capitalismo impõe a territórios ancestrais.
Grandes projetos de investimento na Amazônia e suas implicações
Por Amazonia Real
Publicado em: 23/02/2015 às 13:33
Grandes projetos de investimento na Amazônia e suas implicações
Indígenas protestam na estrada do canteiro da usina de Belo Monte (PA) Foto: Alison Albuquerque/ Blog do Sidalécio/Fotos Públicas (10/02/15)
Indígenas protestam na estrada de Belo Monte (PA) Foto: Alison Albuquerque/ Blog do Sidalécio/Fotos Públicas (10/02/15)
Tanto saberes locais quanto científicos em sociedades amazônicas, tendem a ser atingidos por impactos referentes a grandes projetos de investimentos (GPIs), sendo o Estado o maior financiador dessa fragmentação territorial e desfiliação sociocultural, com efeitos opostos à sustentação do bioma, a exemplo do que se percebeu a partir de dotações orçamentárias históricas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A esse respeito, tome-se o ocorrido em novembro de 2012, quando foi aprovado financiamento de R$ 22,5 bilhões para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu/PA. A obra é de alto impacto socioambiental. O valor atinge 80% do custo da obra, calculado em R$ 28,9 bilhões. É o maior empréstimo de todos os tempos feito pelo BNDES para um único projeto amazônico, que conta ainda com apoio privado.
No contexto do Estado do Amazonas, Banco do Estado do Amazonas (BEA), Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Cigás e Porto de Manaus passaram por mudanças relacionadas à privatização. Também feiras, mercados, parques, praças de alimentação, cemitérios e praias têm sido total ou parcialmente privatizados. A concessão da água em Manaus à empresa Águas do Brasil, do Grupo Solvi, dono da Águas do Amazonas, que administra o abastecimento na capital, configura-se o mais novo negócio do ramo, totalizado em R$ 3,4 bilhões.
São fatos que indicam a existência de uma disposição governamental para o desenvolvimento do Amazonas, mas sem propostas sólidas de governança do Estado — e nada muito diferente acontece na Amazônia de forma global. A perspectiva aponta que o planejamento efetivado para promover a evolução do bioma não parece ser adequado, posto que importa modelos externos e torna miméticas as ações.
Apesar disso, grande parte dos GPIs ganha força no Legislativo a partir de propostas do Poder Executivo, indicando que o Estado fortalece a si próprio e a seus interesses na medida da conveniência, granjeando apoio a partir de partidarismos margeados por divisões de cargos e apoios eleitorais.