Qual o dever do filósofo depois de sair da caverna e contemplar as formas eternas e perfeitas?
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Resposta:
O mito da caverna de Platão nos permitiu compreender como o filósofo percebia o mundo. A relação entre o mundo físico e o mundo das ideias dá origem a uma realidade cheia de luzes e sombras. Por um lado, temos a realidade como ela é. Por outro lado, encontramos uma ficção onde nossas crenças e sonhos assumem um papel preponderante.
É curioso como essa visão oferecida pelo mito da caverna pode ser tão atual. Todos nós seguimos um padrão de pensamento, e se ousarmos pensar de forma diferente, começam a nos julgar e criticar. Criamos todas as nossas verdades absolutas sem parar para questioná-las, sem refletir se o mundo realmente é como imaginamos.
Por exemplo, a crença de que o erro é um fracasso pode influenciar-nos a abandonar qualquer projeto no primeiro contratempo. No entanto, se não nos deixarmos levar por essa ideia, cultivaremos a nossa curiosidade e o erro não será mais um demônio totalmente carregado de negatividade. Dessa forma, a mudança de perspectiva não conseguirá apenas que deixemos de sentir medo, mas quando errarmos estaremos prontos para aprender com ele.
É preciso se livrar das crenças antigas: ideias que não estão apenas enraizadas, mas por sua vez, são toda a base da árvore da nossas crenças. Mas, à medida que avançamos em direção à saída da caverna, percebemos que tudo o que acreditávamos não era inteiramente verdade. E agora? O que resta? Convencer aqueles que se privam da liberdade de que eles também podem ser livres se decidirem romper com a aparente comodidade em que vivem.
O mito da caverna simboliza a ignorância como uma realidade que se torna incômoda quando começamos a ter consciência da sua presença. Diante da menor possibilidade de uma outra visão de mundo possível, a história nos diz que nossa inércia nos empurra para derrubá-la, considerando-a uma ameaça à ordem estabelecida. As pessoas ficam presas a ideias pré-estabelecidas e não buscam um sentido racional para determinadas coisas, evitando a “dificuldade” do pensar e refletir.
Talvez, pela nossa condição humana, não possamos dispensar esse mundo de sombras, mas podemos nos esforçar para que essas sombras sejam cada vez mais nítidas. Talvez o mundo perfeito e emblemático das ideias seja uma utopia para a nossa natureza, mas isso não significa que desistir da nossa curiosidade seja melhor do que ficar na nossa zona de conforto.
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