História, perguntado por ricardo6675, 1 ano atrás

qual o contraste entre a colonização dos países ibéricos e a colonização inglesa na América do norte ?​

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Respondido por marialuizamonteiro49
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inglesa: uma breve comparação

É comum as pessoas se perguntarem sobre o porquê das diferenças entre a América Latina e a

América do Norte, em termos de desenvolvimento econômico, sendo que ambas foram colônias

de potências européias, ao longo da história moderna. A explicação histórica mais plausível e

divulgada é a de que, ao norte, as colônias foram de povoamento, e, na América portuguesa e

espanhola, o que vigorou foi o sistema de exploração. Nas colônias de povoamento, haveria,

segundo algumas leituras, uma ideia de desenvolver o local, já que os colonos não estavam ali

somente para retirar as riquezas locais, diferente do que ocorria nas colônias de exploração

(mantidas por Portugal e Espanha). Tais argumentos explicam, de forma muito simples, a

situação e desconsideram outras questões que acredita-se serem importantes.

Se a hipótese é de que o Brasil é menos desenvolvido porque foi colonizado por portugueses,

pode haver aí uma postura racista. Afirmar-se-ia que a América do Norte teria recebido um povo

“eleito” e mais “desenvolvido”, enquanto o Brasil seria formado por uma etnia inferior ou por

aventureiros desregrados, que vieram no intuito de melhorar de vida nas colônias ibéricas. Tais

argumentos já foram questionados, por exemplo, pelo escritor brasileiro Viana Moog, ao escrever

“Bandeirantes e pioneiros”. Nesta obra, o autor recusa a ideia de que a etnia é fator determinante

no grau de desenvolvimento de um país.

Viana Moog prefere optar por argumentos geográficos e culturais para poder explicar essa

discrepância entre Brasil e EUA. A facilidade das planícies e os rios excelentes para a navegação

favoreceram o trabalho dos colonizadores ingleses. Na ótica cultural, Moog diferencia a postura

colonizadora católica da protestante. No catolicismo, a noção de lucro e juros era uma prática

vista com maus olhos pela Igreja Católica medieval. O progresso econômico não era percebido

como algo tão vantajoso. Priorizava-se a aceitação e o exercício de uma vida humilde e simples.

Já a ética protestante favorecia o trabalho e a poupança, já que o dinheiro, pelo menos para o

calvinismo, era um sinal da graça divina. A relação do protestantismo com o capitalismo é mais

harmoniosa, como já apresentou o sociólogo alemão Max Weber. Para Moog, a colonização do

Brasil e dos EUA foram baseadas em ideais diferentes, tanto no campo econômico quanto no

cultural.

Segundo Richard Morse, em sua obra “Espelho de próspero”, o suposto subdesenvolvimento da

América Ibérica não foi um acidente ou incompetência dos colonizadores, mas uma opção

cultural, fruto das escolhas políticas tomadas pelos colonos e habitantes da metrópole.

Uma outra diferença estaria nos projetos coloniais que, no caso inglês, eram feitos de forma

assistemática, não tão organizados como os dos espanhóis e portugueses. No século 17, a

América espanhola já apresentava diferentes instituições e produções culturais (universidades,

bispados, obras literárias e artísticas), enquanto a América do Norte se resumia a pequenas

aldeias cercadas por conflitos com os indígenas. Além disso, nem todos que vinham de Portugal

e Espanha eram aventureiros ou “desclassificados”. Muitas pessoas consideradas ilustres na

metrópole embarcavam para a América. Na conquista da América Inglesa, isso não ocorreu, pelo

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