Geografia, perguntado por venomousia, 9 meses atrás

Qual lugar houve a maior saída de migrantes em direção à São Paulo?

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Respondido por ynovais8
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Resposta:

O PÓLO NACIONAL DE RECEPÇÃO MIGRATÓRIA: SÃO PAULO

As tendências da migração nacional nas últimas décadas vêm indicando oscilações do volume migratório que se dirige a São Paulo. À intensa migração interestadual dos anos 70 (3,2 milhões de pessoas) seguiu-se uma redução na década de 80 (2,6 milhões). Isso parecia indicar que essa tendência continuaria para os anos 90; no entanto, nesse último período as migrações interestaduais para São Paulo voltaram aos patamares dos anos 70 (3,2 milhões de migrantes). Contudo, a outra face do fenômeno migratório estadual é marcada pela emigração de São Paulo - tendência que vem se mantendo constante a partir dos anos 80: de 1,3 milhões, nos 70, para 1,8 milhões, nos 90.

Portanto, no imaginário migratório - principalmente para os migrantes de áreas menos desenvolvidas - essa área continuará fazendo parte da geografia mental da população (VAINER, 1991). Talvez a relação migração/industrialização não seja tão nítida e direta como nos anos 60 e 70, mas, para os movimentos interestaduais, permanece a forte e complexa relação migração/emprego e, certamente, as redes sociais constituem elementos importantes da manutenção de históricos fluxos migratórios para a metrópole.  Na estrutura migratória dos fluxos de chegada e saída de migrantes inter-regionais de e para o Estado de São Paulo (Tabela 1), nos anos 90, o Nordeste continuou liderando em volume, respondendo por 52,6% dos que e Dentre os Estados da Região Nordeste, destaca-se o incremento da imigração, vinda principalmente da Bahia (de um volume de 437 mil pessoas, nos anos 80, para 652 mil, nos 90), do Maranhão (de 32 mil para 63 mil migrantes, respectivamente) e do Piauí (de 79 mil para 109 mil pessoas). Pernambuco continuou ocupando o segundo maior fluxo de migrantes do Nordeste para o Estado de São Paulo, porém mantendo no mesmo patamar seu volume de emigração (de 322 mil, entre 1980 e 1991 para 331 mil, nos anos 90). Por outro lado, a emigração do Estado de São Paulo para os estados nordestinos também aumentou: de 509 mil emigrantes, nos anos 80, para 690 mil, entre 1990 e 2000; para a Bahia, a emigração, que foi de 147 mil pessoas, na década de 80, passou para 223 mil, nos anos 90. Nas trocas líquidas populacionais, no entanto, São Paulo aumentou seu ganho com o Nordeste, de 834 mil pessoas para 982 mil, de uma para outra década; com a Bahia, nas trocas populacionais, São Paulo chegou a obter um ganho de 428 mil pessoas contra 289 mil, dos anos 80. ntraram no Estado. O volume total da imigração dessa região, que era de 1,3 milhão de migrantes, no período 1981-1991, subiu para 1,7 milhão entre 1990 e 2000.

Essa elevação no ganho populacional para o Estado de São Paulo, advinda das trocas migratórias, ocorreu também com os Estados da Região Norte. Ainda nos anos 80, São Paulo registrou uma emigração para essa região de cerca de 58 mil pessoas, como reflexo das possibilidades de expansão da fronteira agrícola e do garimpo, sendo o volume de entrada para o Estado praticamente o mesmo. Já nos anos 90, a emigração para os Estados da Região Norte em seu conjunto decresceu (49 mil migrantes), embora para o Estado do Pará possa-se observar um ligeiro aumento em seu volume (de 13 mil pessoas para 15 mil), o que resultou em um ganho populacional da ordem de 9 mil pessoas com origem na Região Norte para o Estado de São Paulo.

As direções e sentidos da imigração - e, particularmente, da emigração do Estado de São Paulo - comportam explicações distintas. Assim, no processo migratório interestadual paulista configuram-se, pelo menos, quatro situações:

- absorção de população vinda do esgotamento da fronteira agrícola do Norte;

- emigração do Estado de São Paulo (fluxos para o Nordeste);

- continuidade da imigração Nordeste São Paulo, principalmente pelas redes migratórias pré-estabelecidas;

- fortalecimento da desconcentração migratória a partir de São Paulo em direção às áreas que registraram desdobramentos no processo de desconcentração industrial e agroindustrial do país (Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás).

Portanto, de um lado, São Paulo expandiu seus espaços de migração - sobretudo com a porção Centro-Leste e Sul do país, áreas onde os efeitos multiplicadores advindos da desconcentração foram mais acentuados - e, de outro lado, reforçou seu caráter de pólo nacional com as Regiões Nordeste e Norte.

Entre 1991 e 2000, o saldo migratório permaneceu negativo para a cidade de São Paulo: 457 mil pessoas (Tabela 3). Nesse sentido, reforçando uma incipiente tendência anterior de "perda" de população, a Região Metropolitana de São Paulo - e, particularmente, a cidade de São Paulo - teria se transformado agora em área de circulação para uma parcela significativa da população migrante. O interior de São Paulo reforçou seu potencial de absorção migratória, passando de um saldo migratório positivo de 850 mil pessoas, nos anos 80, para 1,1 milhão, nos anos 90.

Espero ter ajudado.

 

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