qual justificativas que a Inglaterra aponta para sair da união europeia? Por que essa decisão é difícil de resolver?
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Resposta:
O peso (ou não) da economia
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Libra registrou queda histórica com o anúncio dos resultado
O público britânico foi bombardeado de alertas sobre como ficaria mais pobre caso escolhesse sair da União Europeia. Mas isso parece não ter convencido muito.
Especialistas do FMI (Fundo Monetário Internacional), da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e de várias outras organizações se pronunciaram afirmando que o crescimento econômico seria prejudicado, o desemprego aumentaria, o valor da libra cairia e as empresas britânicas ficariam em uma espécie de terra de ninguém fora do bloco.
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Internamente, o Bank of England levantou a hipótese de recessão e o governo afirmou que poderia ser obrigado a aumentar o imposto de renda e cortar os gastos no serviço público de saúde (o NHS), na educação e na defesa.
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Além disso, o presidente americano, Barack Obama, sugeriu que a Grã-Bretanha voltaria para "o fim da fila" nos acordos com os Estados Unidos.
Enquanto alguns partidários da permanência na UE admitiam que o chamado "Projeto Medo" estava indo longe demais, os defensores da saída foram rápidos em afirmar que o temor era espalhado pelas elites ricas.
Mas o fato de o público ter descartado tão rapidamente as opiniões de especialistas indica algo que supera a simples revolta contra o sistema. Sugere que muitos se sentiram fora do alcance dos benefícios econômicos dos mais de 40 anos de permanência no bloco.
2. Promessa de dinheiro para a saúde
Boris Johnson usou números sobre saúde na campanha pela saída
A declaração de que a saída do bloco iria liberar até 350 milhões de libras (mais de R$ 1,7 bilhão) a mais por semana para aplicar na saúde pública é o tipo de frase política dos sonhos para qualquer marqueteiro: fácil de entender e atraente para todas as idades e correntes políticas.
Por isso os partidários da saída da UE a usaram tanto em sua campanha.
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E o fato de que a promessa não resiste à análise - o número foi questionado por autoridades do governo e descrito como potencialmente enganador pela Autoridade de Estatísticas britânica - não reduziu sua força.
3. Imigração
Nigel Farage foi criticado por abordagem sobre imigração ao defender Brexit
A campanha pela saída do bloco transformou a questão da imigração em seu trunfo, principalmente ao englobar assuntos como identidade nacional e cultural, o que tinha apelo entre os eleitores de baixa renda.
4. O primeiro-ministro
David Cameron já anunciou que deixará o cargo de primeiro-ministro
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pode ter saído vitorioso de uma eleição geral e dois referendos nos últimos dez anos, mas sua popularidade parece ter chegado ao fim.
5. Os trabalhistas
Trabalhistas não conseguiram mobilizar seus partidários
A campanha pela permanência precisava dos eleitores trabalhistas, e o fato de que eles não participaram tanto quanto esperado ainda vai ser motivo de muita discussão entre os integrantes da oposição ao governo conservador.
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6. Estrelas do 'Leave'
Boris Johnson foi um dos "soldados" mais ativos durante a campanha pela saída do bloco
Os britânicos sempre souberam que alguns ministros de governo iriam apoiar a saída do bloco.
Ele fez o que era esperado: provocou muita polêmica com suas declarações e também motivou os eleitores de seu partido e muitos outros a irem votar.
7. Eleitores mais velhos
Resultado pode se revelar uma questão geracional
Nas próximas semanas os especialistas poderão debater detalhes do comparecimento do eleitorado. Uma das conclusões já previstas: os mais velhos aprovaram em peso a saída da União Europeia.
É fato: quanto mais velho é o eleitor, maior é o esforço para ir votar.
8. Relacionamento difícil
Britânicos e UE tiveram convivência conturbada
O casamento entre Reino Unido e Europa nunca foi fácil.