Qual interesse a Alemanha tinha na região dos balcãs, onde as tensões entre as potências imperialistas atingiram um ponto sem retorno?
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Resposta:
A Primeira Guerra Mundial
Um período de otimismo e tensão
O final do século XIX, na Europa e nos Estados Unidos, foi marcado pelo crescimento dos centros urbanos, pelas invenções tecnológicas revolucionárias surgidas com o progresso da ciência e por novas formas de expressão artística (leia o boxe abaixo). Além disso, a elite urbana passou a adotar um novo estilo de vida, com hábitos que permitiam ostentar sua riqueza, como frequentar cafés, bailes, teatros e parques. Esses locais de entretenimento e de sociabilidade tornaram-se moda e conferiam prestígio social às pessoas que os frequentavam. Nesse cenário repleto de novidades, o novo século era aguardado com bastante otimismo. A cidade de Paris, na França, tornou-se o centro da vida cultural do Ocidente, irradiando modas, ideias e costumes. As elites europeias e estadunidenses procuravam seguir os padrões da capital francesa, incorporando as tendências arquitetônicas, científicas, artísticas e de comportamento da burguesia parisiense.
Esse período de otimismo na Europa ficou conhecido como Belle Époque (Bela Época). O termo só surgiu depois da Primeira Guerra Mundial para designar o período entre 1871 e 1914. Após a guerra, o mundo observava o panorama de destruição que o conflito havia deixado e lembrava, com nostalgia, os anos de otimismo vividos anteriormente. Por esse motivo, a passagem do século XIX para o século XX foi vista como um período de grande progresso e prosperidade, sendo, portanto, uma “Bela Época”
A economia europeia
Apesar dos avanços científicos e tecnológicos e da expansão urbana na Europa no final do século XIX, economistas, industriais e proprietários de terras europeus afirmavam repetidamente que o continente vivia uma longa e assustadora depressão econômica. Eles lamentavam a queda dos preços e a diminuição dos lucros do comércio causadas pelos graves problemas que atingiam a produção agrícola.
O preço do trigo no mercado, por exemplo, correspondia, em 1894, a um terço do alcançado em 1867. A produção vinícola na França, afetada por pragas nas plantações, diminuiu dois terços de 1875 a 1889. Famintos e sem terras, camponeses rebelaram-se em vários locais (como na Irlanda e na Sicília) e migraram para as cidades ou para outros países, reduzindo ainda mais a capacidade de produção no setor agrícola.
Nesse cenário, os governos da maioria das potências europeias adotaram medidas protecionistas para valorizar os produtos nacionais e elevar seus preços. Pressionados pelos industriais e por grandes proprietários de terras, esses governos criaram mecanismos para encarecer os produtos estrangeiros, garantindo o mercado interno para produção agrícola e industrial local.
Na Europa, os alemães e os italianos foram os primeiros a adotar tarifas protecionistas para seus produtos. No caso da Alemanha, a associação dessas medidas com outras ações de estímulo econômico resultou em um forte crescimento industrial, sem paralelo até aquele momento.
Assim, no final do século XIX, os países industrializados passaram a disputar mercados consumidores para seus produtos e áreas em que havia abundância de matérias-primas e fontes de energia, o que os levou a estabelecer domínios coloniais na Ásia e na África. Essas disputas prenunciavam conflitos que poderiam extrapolar o campo econômico. Assim, em meio à euforia da Belle Époque, um observador mais atento poderia notar certo clima de tensão.
Um cenário explosivo
No contexto marcado pela disputa de mercados e pela crescente rivalidade entre as potências europeias, surgiram movimentos nacionalistas que acirraram as tensões internas na Europa e contribuíram para a eclosão da Primeira Guerra Mundial: o pan-eslavismo e o pangermanismo.
Parte das tensões nacionalistas às vésperas da guerra concentrava-se no Império Austro-Húngaro, um imenso território governado pela dinastia austríaca dos Habsburgo. O foco das lutas pela independência nacional situava-se na Península Balcânica, região em que povos de origem eslava lutavam contra o domínio austríaco.