qual importancia da frente negra brasileira no periodo pós Aboliação?
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Resposta:
Pelo que eu pesquisei .
A frente negra foi importante porque com ela aprendemos que cada um tem a sua cor e a sua raça , e com isso nos aprendemos a respeitar uns aos outros ...
ESPERO TER AJUDADO ...
Resposta:A entidade se expandiu como grupos homônimos em vários estados, a exemplo do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo Pernambuco, Rio Grande do Sul e Bahia. Arregimentando milhares de afrodescendentes, esta se converteu num verdadeiro movimento de massa, chegando a atingir o número expressivo de 20 mil sócios. A FNB proporcionou à população afrodescendente – excluída e marginalizada – não apenas assistência social, mas meios de enfrentar e combater o preconceito.
A Frente Negra Brasileira (FNB) desenvolveu um significativo trabalho socioeducativo e cultural: escola, grupo musical e teatral, time de futebol, departamento jurídico e, na área da saúde, prestou atendimento médico e odontológico. Havia também cursos de formação política, de artes e ofícios, além de ter sido responsável pela publicação do periódico “A Voz da Raça” (1933-1937).
Na época, vicejavam as teses do racismo científico (Eugenia), apregoando a ideia de que negros e mulatos constituiam uma raça “degenerada” e, portanto, estavam predestinados ao desaparecimento. Entre os adeptos dessa concepção de raça estavam Nina Rodrigues (1862-1906) e Monteiro Lobato (1882-1948). Essas teses resultaram em políticas públicas, que incentivaram à imigração europeia, indo ao encontro da ideia de embranquecimento.
Quanto às mulheres negras, de acordo com um dos fundadores da FNB, o ativista Francisco Lucrécio, estas “eram mais assíduas na luta em favor do negro, de forma que na Frente [Negra] a maior parte eram mulheres. Era um contingente muito grande, eram elas que faziam todo movimento”. Ainda que outros estudos considerem a afirmação acima um tanto exagerada, torna-se importante registrar que as afrodescendentes exerciam várias funções na FNB. Na Cruzada Feminina, elas eram mobilizadas, visando à realização de trabalhos assistencialistas. Já as Rosas Negras se dedicavam a organizar bailes e festivais artísticos.
A FNB, em 1936, transformou-se num partido político, almejando participar de futuras eleições, a fim de arregimentar votos da “população de cor”. Sob a influência do contexto internacional de ascensão do nazifascismo, a entidade defendeu um programa político e ideológico com características de autoritarismo e ultranacionalismo. Naquele momento, sua principal liderança foi Arlindo Veiga dos Santos que exaltava publicamente o governo do italiano Benedito Mussolini (1883-1945), na Itália, e de Adolfo Hitler (1889-1945), na Alemanha. O próprio subtítulo do periódico “A Voz da Raça” era sintomático: “Deus, Pátria, Raça e Família”, sendo diferente do lema dos integralistas (movimento de extrema direita) apenas pela presença do termo “Raça”.
Neste período, A Frente Negra Brasileira (FNB) organizou uma milícia inspirada nos “boinas verdes” do fascismo italiano. Recebida numa audiência pelo, então, Presidente da República Getúlio Vargas (1882-1954), teve algumas de suas reivindicações atendidas, a exemplo do fim da proibição de ingresso de negros na Guarda Civil de São Paulo. O episódio é uma indicação do poder de barganha que o movimento negro, naquele momento, dispunha no cenário político.
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