qual foi o principal marco na estrutura agrária brasileira nas últimas décadas? alguém sabe?
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Resumo - Questão Agrária
A agricultura e a pecuária no Brasil: Estrutura agrária
Latifúndio, monocultura, escravidão
O modelo implantado no Brasil no período colonial era fundamentado no trinômio: grande propriedade. monocultura de produtos destinados ao mercado externo e mão-de-obra escrava. Nos séculos XVI e XVII a cana-de-açúcar era o produto predominante. O algodão e o fumo destacavam-se como culturas secundárias. Outra característica marcante dessa época foi o fato de as terras serem tratadas como "produto descartável", pois. quando se esgotavam, eram substituídas por outras. Isso ocorria porque a extensão territorial era grande, e as terras eram consideradas recurso inesgotável. Já independente, o pais conheceu a riqueza e a prosperidade da cultura do café (1870-1929), que foi a grande responsável pela ocupação de extensas áreas dos estados de São Paulo e Paraná, principalmente.
A agricultura brasileira após a industrialização
A realidade das atividades do campo reflete atualmente a transição do modelo econômico do país de agroexportador para subdesenvolvido industrializado. Conforme a indústria se tornava o eixo principal da economia brasileira - processo consolidado a partir da década de 1950, quando a economia do país era cada vez mais controlada pelas transnacionais -, a agricultura ficava mais dependente e subordinada à indústria e aos interesses econômicos de grupos brasileiros e internacionais.
As tecnologias tradicionais foram substituídas por novas matrizes tecnológicas, as quais incorporaram a mecanização e a utilização abusiva de insumos químicos. Era o campo se industrializando. Alberto Passos Guimarães (1979, 222 e seguintes) denominou esse período de “Revolução Verde”. José Graziano da Silva (1980, passim) prefere a expressão “modernização dolorosa”, por revelar, de um lado, a industrialização do campo, e, de outro, os problemas dela decorrentes, como o êxodo rural, o inchaço das grandes cidades, o aumento da concentração fundiária e da pobreza etc. O resultado da “modernização dolorosa” e das políticas públicas aplicadas pelos governos militares foi à legitimação do modelo agrícola tradicional e a não realização da reforma agrária.
Podemos afirmar que a agricultura brasileira atual apresenta as seguintes características, muitas delas herdadas do período colonial:
· Industrialização da agricultura: no Centro-Sul do Brasil, grande parcela das lavouras está inserida no processo da industrialização da agricultura, em que todas as etapas da produção (o que, quando e quanto produzir, o tamanho da área a ser cultivada etc.) são controladas pela indústria. Portanto, o meio urbano controla o rural. Nesse processo que subordina o campo à cidade, é marcante a presença de grupos transnacionais. Podemos citar como exemplos a Nestlé, Cragill, Bungue (alimentos), a Monsanto (sementes) e a Massey Fergusson, Agralle, Ford (tratores e máquinas).
· Predomínio da agricultura extensiva: exploração de grandes extensões de terra, concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O uso reduzido de capital, máquinas, adubos e fertilizantes gera baixa produtividade agrícola.
· Subutilização do espaço agrícola: menos de 10% do espaço geográfico brasileiro é aproveitado economicamente no cultivo de lavouras permanentes (que durante muitos anos oferecem várias colheitas), como as de café e banana, e de lavouras temporárias (que oferecem uma única safra e por isso são cultivadas anualmente), como as de milho e cana-de-açúcar.
· Predominância da produção de gêneros agrícolas destinados à exportação, com prejuízo aos produtos alimentícios.
Brasil - Principais produtos agrícolas
Nossos principais produtos agrícolas para exportação são a soja e seus derivados, a cana-de-açúcar, o suco de laranja e o café. Essas lavouras ocupam nossos mais férteis solos cultiváveis, são dotadas das mais modernas máquinas do setor e beneficiadas por avançados estudos no campo biotecnológico. Entretanto, o lucro gerado pela exportação desses gêneros não é revertido para o setor. Ajuda a pagar a dívida externa e a comprar bens manufaturados de tecnologia de ponta para o nosso parque industrial. Na tabela de gêneros para o mercado interno destacam-se o feijão, a mandioca e o algodão. Além desses, são cultivados arroz, batata, cebola e milho. Nessas culturas, que ocupam muitas vezes terras de pior qualidade, não há aplicação de técnicas sofisticadas, como nas lavouras de exportação.
As condições naturais (clima, solo) em nosso país são, de modo geral, favoráveis às atividades agrárias. Como já uso múltiplo dos recursos naturais. Nas regiões onde há concentração de pequenos agricultores, a desigualdade é menor e, por conseguinte os índices de desenvolvimento estão entre os maiores.
Enquanto, a agricultura capitalista se realiza a partir da exploração do trabalho assalariado e do controle político do mercado; a agricultura camponesa ou familiar é intensamente
A agricultura e a pecuária no Brasil: Estrutura agrária
Latifúndio, monocultura, escravidão
O modelo implantado no Brasil no período colonial era fundamentado no trinômio: grande propriedade. monocultura de produtos destinados ao mercado externo e mão-de-obra escrava. Nos séculos XVI e XVII a cana-de-açúcar era o produto predominante. O algodão e o fumo destacavam-se como culturas secundárias. Outra característica marcante dessa época foi o fato de as terras serem tratadas como "produto descartável", pois. quando se esgotavam, eram substituídas por outras. Isso ocorria porque a extensão territorial era grande, e as terras eram consideradas recurso inesgotável. Já independente, o pais conheceu a riqueza e a prosperidade da cultura do café (1870-1929), que foi a grande responsável pela ocupação de extensas áreas dos estados de São Paulo e Paraná, principalmente.
A agricultura brasileira após a industrialização
A realidade das atividades do campo reflete atualmente a transição do modelo econômico do país de agroexportador para subdesenvolvido industrializado. Conforme a indústria se tornava o eixo principal da economia brasileira - processo consolidado a partir da década de 1950, quando a economia do país era cada vez mais controlada pelas transnacionais -, a agricultura ficava mais dependente e subordinada à indústria e aos interesses econômicos de grupos brasileiros e internacionais.
As tecnologias tradicionais foram substituídas por novas matrizes tecnológicas, as quais incorporaram a mecanização e a utilização abusiva de insumos químicos. Era o campo se industrializando. Alberto Passos Guimarães (1979, 222 e seguintes) denominou esse período de “Revolução Verde”. José Graziano da Silva (1980, passim) prefere a expressão “modernização dolorosa”, por revelar, de um lado, a industrialização do campo, e, de outro, os problemas dela decorrentes, como o êxodo rural, o inchaço das grandes cidades, o aumento da concentração fundiária e da pobreza etc. O resultado da “modernização dolorosa” e das políticas públicas aplicadas pelos governos militares foi à legitimação do modelo agrícola tradicional e a não realização da reforma agrária.
Podemos afirmar que a agricultura brasileira atual apresenta as seguintes características, muitas delas herdadas do período colonial:
· Industrialização da agricultura: no Centro-Sul do Brasil, grande parcela das lavouras está inserida no processo da industrialização da agricultura, em que todas as etapas da produção (o que, quando e quanto produzir, o tamanho da área a ser cultivada etc.) são controladas pela indústria. Portanto, o meio urbano controla o rural. Nesse processo que subordina o campo à cidade, é marcante a presença de grupos transnacionais. Podemos citar como exemplos a Nestlé, Cragill, Bungue (alimentos), a Monsanto (sementes) e a Massey Fergusson, Agralle, Ford (tratores e máquinas).
· Predomínio da agricultura extensiva: exploração de grandes extensões de terra, concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O uso reduzido de capital, máquinas, adubos e fertilizantes gera baixa produtividade agrícola.
· Subutilização do espaço agrícola: menos de 10% do espaço geográfico brasileiro é aproveitado economicamente no cultivo de lavouras permanentes (que durante muitos anos oferecem várias colheitas), como as de café e banana, e de lavouras temporárias (que oferecem uma única safra e por isso são cultivadas anualmente), como as de milho e cana-de-açúcar.
· Predominância da produção de gêneros agrícolas destinados à exportação, com prejuízo aos produtos alimentícios.
Brasil - Principais produtos agrícolas
Nossos principais produtos agrícolas para exportação são a soja e seus derivados, a cana-de-açúcar, o suco de laranja e o café. Essas lavouras ocupam nossos mais férteis solos cultiváveis, são dotadas das mais modernas máquinas do setor e beneficiadas por avançados estudos no campo biotecnológico. Entretanto, o lucro gerado pela exportação desses gêneros não é revertido para o setor. Ajuda a pagar a dívida externa e a comprar bens manufaturados de tecnologia de ponta para o nosso parque industrial. Na tabela de gêneros para o mercado interno destacam-se o feijão, a mandioca e o algodão. Além desses, são cultivados arroz, batata, cebola e milho. Nessas culturas, que ocupam muitas vezes terras de pior qualidade, não há aplicação de técnicas sofisticadas, como nas lavouras de exportação.
As condições naturais (clima, solo) em nosso país são, de modo geral, favoráveis às atividades agrárias. Como já uso múltiplo dos recursos naturais. Nas regiões onde há concentração de pequenos agricultores, a desigualdade é menor e, por conseguinte os índices de desenvolvimento estão entre os maiores.
Enquanto, a agricultura capitalista se realiza a partir da exploração do trabalho assalariado e do controle político do mercado; a agricultura camponesa ou familiar é intensamente
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