História, perguntado por mariadudinha12, 1 ano atrás

Qual foi o pensamento filosófico francês que exerce profunda influencia na Escola Militar do Rio de Janeiro?

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Respondido por renatasalbego8
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Falar de militares no Brasil desperta a atenção de todos. Existe algo assim como uma associação do militar com a idéia de força, de poder, de governo. Tudo o que se fala ou que se publica sobre militares provoca, em grande parte das pessoas, a volta da velha idéia de que a força consegue tudo. Ora, se os militares são aqueles que detêm as armas, logo, são eles que possuem a força, o poder, a possibilidade de mudar as coisas, de fazer e desfazer. Daí uma certa atração pelo tema. Ao mesmo tempo, dá também a sensação de medo. Falar de militares logo traz à cabeça das pessoas, ou a idéia de secreto, ou a idéia de perigoso.

Mas será que não se pode conversar sobre os militares de um outro jeito?

Pois este livro tem a intenção de discutir o militar, nem como um Deus todo-poderoso nem como um bicho-papão assustador. A idéia é a de apresentar os militares como homens comuns que têm história, problemas como todo mundo, que se dividem em grupos conforme diferentes idéias que fazem das coisas, que acertam e erram.

É verdade que muito desta mistura de Deus com bicho-papão, que caracteriza a imagem do militar atualmente no Brasil, tem um motivo. Nos últimos 20 anos, os militares estiveram, assim como se diz, na “crista da onda”. Desta forma, foram observados e, logicamente, julgados por toda a sociedade brasileira. Para alguns, são os responsáveis por tudo de bom que aconteceu por aqui nesse tempo todo, por terem produzido a ordem e a segurança — daí, paradoxalmente, a produção da imagem de deuses. Para outros, porém, são os gênios do mal, responsáveis por todas as dificuldades, que nos roubaram, e ainda roubam, a felicidade — daí também provavelmente temos a explicação para a imagem de bicho-papão.

É fato, e o amigo leitor também vai argumentar, que os militares ficaram com essa imagem misturada porque, desde a revolução de 1964, ocuparam totalmente o poder político do País, não permitindo crítica a seus atos. O povo, então, começou a confundir poder político com uso da força. Não é mesmo assim? Pouco a pouco, começou a ficar “natural” militares e governo parecerem a mesma coisa.

Porém também é verdade que essa sensação de militar ser “naturalmente” governo não começou com a revolução de 64. Historicamente, no Brasil, os militares sempre intervieram no poder político, nos negócios do governo. Portanto 64 não foi a primeira vez. Nem mesmo a Proclamação da República, com o marechal Deodoro à frente e tudo, em 1889, não foi a primeira intervenção.

Precisamos convencer-nos de que esses militares estudam, têm Escolas próprias onde pensam planejam as suas ações de guerra — que é o objetivo de sua profissão —, mas também desenvolvem planos, projetos para o país que, quando postos em práticas, evidentemente, atingem a todos. E pensando em tudo isto, qual deve ser a nossa atitude? “Com os militares não quero nem, conversa!” Ou, “não me interessa o que eles fazem”? Qualquer dessas posturas, com todo o respeito devido à opinião de quem as assume, é imatura, infantil mesmo. Nenhum país que pretendeu ter alguma importância, em qualquer período da História, pôde prescindir de um Exército.

O que todo mundo precisa saber é que desses quartéis não saem apenas fuzis, canhões etc. Saem também idéias que têm inegável importância na vida de um país. Na história brasileira dos últimos 50 anos, por exemplo, essas idéias influenciaram em muito os rumos que tomaram as coisas. Se pretendemos uma sociedade democrática onde todos, sem exceção, cumpram a lei, precisamos compreender e discutir as idéias dos militares principalmente se conhecermos os objetivos que porventura estiverem “embutidos” nelas.


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