Português, perguntado por viniciuslopes139, 9 meses atrás

Qual foi o Inicio e Fim do romantismo em portugal?​

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Respondido por jovensdoelite
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Resposta:O Romantismo em Portugal teve início em 1825 e estendeu-se até o final do século, em três fases distintas, cada qual enfatizando determinada temática dentro das características da estética romântica, com importantes personalidades da literatura mundial.

Gerações do romantismo em Portugal

Primeira geração: nacionalismo e aspirações liberais (1825-1840)

A primeira geração do romantismo português foi marcada pelas temáticas nacionalistas e ideais do liberalismo. Houve a retomada da história portuguesa, com personagens medievais, e a tendência ao estilo do classicismo, principalmente na forma da poesia, com o uso da métrica e da rima. A situação política da época em Portugal tornou difícil a afirmação de uma nova literatura, que nesse momento convivia com os padrões do classicismo.

Destaca-se nessa geração o autor Almeida Garrett, autor do poema “Camões”, de 1825, marco inicial do romantismo português. Trata-se de um manifesto de independência, em estrutura de epopeia, que retrata o poeta Luís Vaz de Camões como um herói romântico, perseguido e envergonhado da conjuntura política de seu país.

Também marcam a primeira geração de românticos portugueses os autores Alexandre Herculano e Antonio Feliciano de Castilho.

Segunda geração: ultrarromantismo (1840-1860)

De cunho exageradamente sentimental, as obras ultrarromânticas exaltam a sensibilidade e costumam ter enredos passionais e trágicos. As temáticas ganham um tom melodramático, melancólico e soturno, caracterizadas pelo exagero, pela idealização amorosa, pelo pessimismo e morbidez. Trata-se de uma mudança formal, influenciada por autores estrangeiros, principalmente o inglês Lord Byron e o alemão Johann Wolfgang von Goethe.

Herdeiros da crise estabelecida após o fim da guerra civil, que deu origem a uma oligarquia de barões, a produção literária da segunda geração de românticos portugueses afastou-se dos ideais liberais e revolucionários. Apática e contaminada pelo pessimismo, escreveu ao gosto da burguesia já consolidada no poder.

Terceira geração: renovação romântica (1860-1870)

Os românticos dessa última geração podem ser considerados pré-realistas. Abandonaram os excessos da geração anterior, bem como as personagens idealizadas, em prol de um contato mais próximo com a realidade.

A terceira geração do romantismo português manteve o horizonte da liberdade e da autonomia da arte, mas voltou-se contra as hipérboles e o pessimismo degenerado da segunda geração. É chamada também “romantismo social”, pois rompeu com a estética narcisista do período anterior. Influenciados pelo autor francês Victor Hugo (1802-1885), os românticos da terceira geração pretendiam uma renovação da linguagem poética, orientados pelo princípio da modernidade que se estabelecia.

Antero de Quental (1842-1891) foi o grande nome do período, considerado o segundo maior sonetista de Portugal. Poeta e pensador, dotado de uma postura inquieta e interrogante, pretendia devolver à literatura o espírito revolucionário da primeira geração do romantismo.  Defensor da modernidade, intentava conciliar ciência e metafísica por meio da filosofia, que expressava em forma de poesia.

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