Português, perguntado por rayssamartins1otytac, 1 ano atrás

Qual foi descoberta do arco íris

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Respondido por mariaantonianc
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Parece haver sido o filósofo grego Aristóteles de Estagira (384-322) o primeiro a tentar uma explicação para o arco-íris, ao afirmar que o mesmo era devido a gotículas de água contidas na atmosfera, que refletiam a luz do Sol e que causavam a variação da cor. Observou ainda Aristóteles que a reflexão da luz do Sol pelas nuvens ocorria para um ângulo determinado, dando surgimento, portanto, tal reflexão, a um cone circular de "raios de arco-íris". Contudo, somente em 1266 é que o filósofo e monge franciscano inglês Roger Bacon (c.1220-1292) mediu pela primeira vez tal ângulo, encontrando o valor aproximado de 42o. Aliás, Bacon achava que o arco-íris era devido a pequenas imagens do Sol desvanecidas em inúmeras gotas d´água, e que suas cinco (5) cores eram devidas a um fenômeno subjetivo produzido pelo olho.
Na segunda metade do Século 13, o físico persa Ibn Marud Al-Schirazi (f.c. metade do Século 13) complementou a explicação de Aristóteles ao afirmar que além da reflexão nas gotículas d´água, haveria também uma dupla refração (de fora para dentro e de dentro para fora das gotículas d´água). Essa idéia foi comprovada pelo monge e erudito alemão Dietrich von Freiberg (Theodorico de Freiberg) (c.1250-c.1310). Com efeito, em 1304, ele escreveu o livro intitulado De Iride et Radialibus Impressionibus (Sobre o Arco-Íris e as Impressões Causadas pelos Raios), no qual apresentou a hipótese de que o arco-íris era resultado de uma combinação de refração e reflexão da luz solar por gotículas de chuva individuais, e não coletivamente como considerava Aristóteles. A fim de verificar essa hipótese, encheu esferas cristalinas ocas com água e as colocou no trajeto de raios solares. Com essa experiência, Teodorico conseguiu reproduzir tanto o arco-íris primário quanto o secundário. Além do mais, demonstrou que o arco-íris secundário tinha invertida a ordem de suas cores em relação à do primário e que o ângulo entre os raios incidente e emergente dos raios secundários eram maior do que 11o em relação ao primário. Com isso, Theodorico explicou a chamada região escura de Alexandre, região situada entre os dois arco-íris (primário e secundário) e que havia sido descrita pela primeira vez pelo filósofo grego Alexandre de Afrodisías (f.c. Século 3 ou Século 2, a. C.), por volta de 200 a. C.. Registre-se que experiências análogas à de Theodorico foram realizadas pelo físico polonês Witelo (c.1225-c.1275) (cerca de 1274), pelo Arcebispo de Spalato, Antonius de Dominis (por volta de 1591), e pelo filósofo e matemático francês René du Perron Descartes (1596-1650), em 1637.

Apesar de todas essas explicações sobre a natureza do arco-íris, três questões ainda esperavam resposta. 1) Porquê o arco-íris só é visto sob um certo ângulo; 2) a razão de suas cores; 3) a presença dos arcos supranumerários, constituídos por uma série alternada de bandas fracas, rósea e verde, e localizados logo abaixo do arco-íris primário. A primeira dessas questões foi respondida por Descartes, graças a sua Lei da Refração da Luz, obtida em 1637. [Note-se que essa lei havia sido observada experimentalmente pelo astrônomo e matemático holandês Willebrord van Roijen Snell (1591-1626), em 1621, daí ela ser conhecida como Lei de Snell-Descartes, dada por , onde i, r representam, respectivamente, os ângulos de incidência e de refração, com ni, nr seus respectivos índices de refração.] A segunda, ou seja, a razão das cores do arco-íris foi explicada pelo físico e matemático inglês Sir Isaac Newton (1642-1727), em 1666, graças ao seu estudo sobre a dispersão da luz do Sol nos prismas. [Note-se que o estadista e filósofo romano Lucius Annaeus Sêneca (4 a. C.-65 d. C.) parece haver sido o primeiro a observar a decomposição espectral da luz (dispersão) nas margens de vidros. Ele também chegou a observar que uma esfera de vidro cheia d´água poderia ser usada como vidro de aumento.] A terceira, isto é, os arcos supranumerários, só foram explicados pelo físico e médico inglês Thomas Young (1773-1829) como sendo devidos à interferência dos raios espalhados pelas gotículas d´água. Observe-se que Young descobriu a interferência luminosa em 1801.

A descoberta da polarização da luz pelo físico francês Étienne-Louis Malus (1775-1812), em 1808, permitiu que se observassem um novo aspecto do arco-íris, ou seja, o de que suas cores são completamente polarizadas. Note-se que tal efeito deve-se ao fato de que o ângulo interno de incidência da luz solar na gotícula d´água ser muito próximo ao ângulo de Brewster (qB), ângulo sob o qual ocorre a polarização por reflexão. Registre-se que esta foi descoberta pelo físico irlandês Sir David Brewster (1781-1868), em 1815. Como o raio refletido polarizado é perpendicular ao raio refratado, que é também polarizado, a lei de Snell.
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