Qual foi arte trabalhada no documentário. Objeto ou obra de arte ?
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Este trabalho é uma tentativa de pensar a produção de documentários no campo das artes contemporâneas. Meu propósito é ressaltar um tipo de produção de documentários, inserida nos circuitos expositivos, por considerar que esta produção aponta para outros regimes de imagem. Farei uma análise de dois trabalhos. O primeiro deles, “As Viúvas de Noirmoutier”, de 2005, de Agnès Varda, obra criada para uma galeria de Paris, embora também venha a fazer referências a “Ulisses”, outra obra de Varda que fez parte da exposição “Movimentos Improváveis”, sob curadoria de Philippe Dubois.
A outra análise é sobre a obra do japonês-vietnamita, que vive e trabalha em Ho Chin Minh (nome do fundador da Liga para Independência do Vietnã) Jun Nguyen- Hatsushiba, que se inscreve num contexto de um projeto que vem sendo realizado como filme-documentário, intitulado “Projeto Memorial Nha Trang: Vietnã, em direção ao complexo dos corajosos, curiosos e covardes”, obra que esteve exposta no Brasil, por ocasião da 25a. Bienal de São Paulo, em 2002.
1. Contextualização.
Os efeitos do cinema sobre a arte contemporânea aparecem discutidos em obras
de vários pesquisadores e em diferentes proposições curatoriais. Em “Movimentos Improváveis”, por exemplo, Philippe Dubois apresenta um conjunto de obras para as quais convoca uma condição: a de serem imagens incertas. Imagens que deixam ver instabilidade, hesitação, suspensão e dúvida, mas, sobretudo, imagens que deixam exibir as tessituras do movimento. Entre as obras de artistas reunidas por Dubois, nesta mesma exposição, está a de Agnès Varda, com “Ulisses”, um curta-metragem de 22 minutos, em preto e branco e cor, filmado em 1982. “Ulisses” faz parte de uma série de outras obras cuja imagem é matéria maleável. Ainda que tratadas de forma muito distintas, as obras de “Movimentos Improváveis” são tomadas por Dubois sempre na sua condição de fotograma, seja no cinema ou na fotografia, ou ainda no gesto que se apropria da pintura, tornando todas as imagens atemporais, suspensas.
“Movimentos Improváveis” convoca muitos outros cinemas, como alguns Godard e o “La Jettée”, de Chris Marker, identificadas por Dubois como obras de arte que desconfiguram o lugar da imagem-movimento. Mas, ao trazer Agnès Varda, com seu “Ulisses”, filme realizado a partir de uma foto de Varda, de 1954, onde se vê um homem nu, uma criança e uma cabra morta, Dubois, mais que abrir nossos olhos às tensões e instabilidades da imagem, dentro das quais estão os movimentos improváveis, coloca o filme documental sob o embate das questões concernentes às obras de arte contemporâneas. Ou seja, ao deslocar o filme do espaço arquitetônico/cinema, não é apenas o modelo da caverna platônica que desaparece, mas é todo o modelo de projeção este que é, segundo Godard, o ato ontológico do cinema
espero ter ajudado
A outra análise é sobre a obra do japonês-vietnamita, que vive e trabalha em Ho Chin Minh (nome do fundador da Liga para Independência do Vietnã) Jun Nguyen- Hatsushiba, que se inscreve num contexto de um projeto que vem sendo realizado como filme-documentário, intitulado “Projeto Memorial Nha Trang: Vietnã, em direção ao complexo dos corajosos, curiosos e covardes”, obra que esteve exposta no Brasil, por ocasião da 25a. Bienal de São Paulo, em 2002.
1. Contextualização.
Os efeitos do cinema sobre a arte contemporânea aparecem discutidos em obras
de vários pesquisadores e em diferentes proposições curatoriais. Em “Movimentos Improváveis”, por exemplo, Philippe Dubois apresenta um conjunto de obras para as quais convoca uma condição: a de serem imagens incertas. Imagens que deixam ver instabilidade, hesitação, suspensão e dúvida, mas, sobretudo, imagens que deixam exibir as tessituras do movimento. Entre as obras de artistas reunidas por Dubois, nesta mesma exposição, está a de Agnès Varda, com “Ulisses”, um curta-metragem de 22 minutos, em preto e branco e cor, filmado em 1982. “Ulisses” faz parte de uma série de outras obras cuja imagem é matéria maleável. Ainda que tratadas de forma muito distintas, as obras de “Movimentos Improváveis” são tomadas por Dubois sempre na sua condição de fotograma, seja no cinema ou na fotografia, ou ainda no gesto que se apropria da pintura, tornando todas as imagens atemporais, suspensas.
“Movimentos Improváveis” convoca muitos outros cinemas, como alguns Godard e o “La Jettée”, de Chris Marker, identificadas por Dubois como obras de arte que desconfiguram o lugar da imagem-movimento. Mas, ao trazer Agnès Varda, com seu “Ulisses”, filme realizado a partir de uma foto de Varda, de 1954, onde se vê um homem nu, uma criança e uma cabra morta, Dubois, mais que abrir nossos olhos às tensões e instabilidades da imagem, dentro das quais estão os movimentos improváveis, coloca o filme documental sob o embate das questões concernentes às obras de arte contemporâneas. Ou seja, ao deslocar o filme do espaço arquitetônico/cinema, não é apenas o modelo da caverna platônica que desaparece, mas é todo o modelo de projeção este que é, segundo Godard, o ato ontológico do cinema
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