História, perguntado por samuelpc1850pd2igw, 10 meses atrás

Qual foi a posição do movimento operário e dos partidos socialistas durante a guerra de 1914?

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Respondido por mariaraquelnunes
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A Rússia do final do século XIX já possuía um grande contingente populacional, sendo que "seu primeiro senso data de 1897 - conta com 129 milhões de habitantes. Em 1914 são mais de 160 milhões". (BROUÉ, 2005, p. 9). Era um país eminentemente rural, mas portador de um importante setor industrial, que concentra cerca de um milhão e meio de operários em 1900 saltando para três milhões em 1912. (IDEM, p. 13). A concentração populacional nas cidades aumentava constantemente, o censo de 1897 apontava que a população das cidades somava 16.289.000 pessoas, aproximadamente 13% da população total da Rússia (Trotsky, 1971). Ainda, conforme complementa o historiador Victor Serge (1993): "este proletariado de oficinas e de fábricas, concentrado em alguns grandes centros, forma uma massa de 1.691.000 de homens (1904)". (SERGE, 1993, p. 40). O velho tzarismo convive com a indústria moderna. De acordo com Serge:

"Criada recentemente, a indústria russa se desenvolve vigorosamente em condições muito peculiares. As fontes de mão de obra são ilimitadas, mas a mão de obra qualificada é rara e não há aristocracia operária privilegiada. A técnica dessa indústria de um país agrícola é, na maioria das vezes atrasada: é fácil fazer bons negócio. Em contrapartida, sua concentração atinge, sob influência do capital estrangeiro um grau ainda mais elevado que a indústria alemã. Este capitalismo, de estrutura moderna, é entravado por instituições retardatárias de mais de um século em relação a ele."

A industrialização do país foi fomentada com grande ajuda do Estado em aliança com o capital financeiro internacional, o que Lênin chamou de “via prussiana de desenvolvimento do capitalismo”. Desta forma, o período do "boom" industrial russo (1893-1902) foi também um período de imigração acelerada do capital europeu.

Enquanto o proletariado concentrava-se em contingentes enormes nas cidades, a burguesia era numericamente e politicamente fraca, isolada do povo, semi-estrangeira, sem tradições históricas, e inspirada pela possibilidade de lucro certo e rápido. A classe operária vivia sob regimes despóticos na produção, com baixíssimos salários, muitas horas de trabalho e autoritarismo patronal. Embora a indústria estivesse em expansão, tal processo decorria sem melhora significativa das condições de vida e trabalho da população trabalhadora. Conforme apontou Serge, a classe operária não podia contar com "Nenhuma legislação trabalhista, nenhum sindicato; nenhum direito de associação, de reunião, de greve ou de palavra. Os operários, em suma não têm direito algum. A jornada de trabalho varia entre 10 a 14 horas".

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