Artes, perguntado por isaa122, 10 meses atrás

qual foi a obra mais importante de waldemar da costa

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Respondido por rafael008343
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Waldemar da Costa Guimarães (Belém PA 1904 - Curitiba PR 1982). Pintor, professor. Completa sua formação em Portugal, onde reside com a família a partir de 1910.  Entre 1920 e 1924, frequenta o Liceu Camões. Estuda desenho com Martinho da Fonseca e aquarela com João Alves, em 1923, e ingressa na Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa, para estudar desenho com Ernesto Condeixa e pintura com Carlos Reis, entre 1924 e 1928. Não conclui o curso em que se inscreve na Escola Superior de Belas Artes.  Muda-se para Paris, em 1928, frequenta diferentes ateliês e academias livres, e convive com Eduardo Viana, Giorgio de Chirico (1888 - 1978), Saviano de Chirico Pascin, Foujita, Gastão Worms (1905 - 1967), Candido Portinari (1903 - 1962), entre outros.  Volta ao Brasil em 1931, e reside no Rio de Janeiro até 1933. Nos três anos seguintes, afastado do meio artístico, vive em um sítio em Correias, Rio de Janeiro, e depois muda-se para São Paulo, em  1936, e monta seu ateliê numa sala do Teatro Municipal, cedida pelo Departamento de Cultura. Nessa época, inicia a atividade didática, e tem Clovis Graciano (1907 - 1998) como um de seus primeiros alunos. Com Rossi Osir (1890 - 1959) e Vittorio Gobbis (1894 - 1968), funda a Família Artística Paulista - FAP, em 1937, e passa a dirigi-la dois anos depois. Torna-se professor no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo - Laosp, em 1938, e dá aulas para Hermelindo Fiaminghi (1920 - 2004) e Lothar Charoux (1912 - 1987).  Nos anos 1950, afasta-se mais uma vez do meio artístico, e muda-se para um sítio em Pedra Bonita, interior do Estado de São Paulo. É contratado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, em 1954, para dar aulas de pintura. Retorna a Portugal em 1956, leciona em diversas instituições, entre as quais o Círculo de Belas Artes da Associação Acadêmica de Coimbra, entre 1960 e 1966. Em 1960, é contratado pelo setor cultural da Embaixada do Brasil. Dois anos depois, segue para a Itália como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian. Volta ao Brasil em 1963, reside em São Paulo, em Macaé,  Rio de Janeiro, de 1976 a 1980, e em Curitiba, de 1980 a 1982.

Comentário Crítico

O nome de Waldemar da Costa está ligado aos grupos artísticos atuantes nas décadas de 1930 e 1940 na cidade de São Paulo. Sua estreita relação com a Família Artística Paulista - FAP e com os salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e a premiação em dois salões da Sociedade Pró-Arte Moderna - Spam são alguns traços evidentes de sua proeminência no cenário artístico do período, em função de sua obra e atuação. Seu perfil pode ser assim aproximado ao de outros artistas que, como ele, se beneficiam das conquistas estéticas do modernismo, mas que se valem também das contribuições da arte tradicional. Mas, a esses legados, Costa combina outros e, nesse sentido, desenha um percurso singular no interior da arte brasileira. Sua formação passa pelo aprendizado do ofício nas instituições portuguesas - de feitio mais clássico e conservador - e pela experiência em Paris, onde tem contato com as mais diferentes expressões das vanguardas. Os críticos chamam a atenção para o modo como ele se apropria de tendências díspares: a pintura "mental" de Paul Cézanne (1839 - 1906), as composições com base em cores simples de Othon Friesz (1879 - 1949), as áreas de cores justapostas utilizadas por Pierre Delaunay (1885 - 1941) e a abstração lírica de Wassily Kandinsky (1866 - 1944).

Menos do que uma indecisão entre perspectivas diversas, a obra de Costa permite aferir os rendimentos de uma formação híbrida, realizada em diversos centros. A figuração é sua opção preferencial até os anos 1950, quando ensaia retratos, naturezas-mortas e paisagens. Nota-se o equilíbrio harmonioso de formas e cores, associado ao tratamento lírico dos temas. No fim da década de 1950, o compromisso com as construções geométricas se evidencia, ganhando destaque na década posterior. De qualquer modo, a figuração jamais é abandonada, voltando a ocupar lugar importante na obra da maturidade.

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