Qual foi a maneira que os indígenas dispunham para preservar e transmitir suas tradições musicais?
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Explicação:
Muitas histórias teriam diferente repercussão se fossem contadas com outro ponto de vista. Há 517 anos, os povos indígenas já moravam nas terras brasileiras. Os colonizadores, por sua vez, se depararam com uma terra fértil, cheia de riquezas, água potável e o povo indígena despido.
“O nome índio quem deu foram os assaltantes dessa terra, o Brasil já era descoberto muito antes deles chegarem”, comenta José Carlos Lucas, 60 anos, músico e médico espiritual indígena.
Com o ‘descobrimento’ do Brasil, esse povo sofreu diversas violações, o que é pouco lembrado nos livros de história. “De acordo com relatos de pajés mais velhos, muitos não aceitaram ser escravos e tiveram que se separar, fugir ou foram assassinados”, conta o músico.
Os portugueses possuíam armas de fogo, enquanto os indígenas só tinham arcos e flechas. Os índios perderam suas terras e a liberdade para exercer sua cultura. Ainda hoje, o povo indígena luta para ter seu espaço respeitado e apenas deseja que sua cultura não desapareça.
“O Brasil é o único país que não dá valor a suas raízes, mas todos são um pouco índios. Existe violência contra a cor da pele, mas o espiritual é só um, o que importa mais é o ser da pessoa, todos são a mesma coisa”, afirma José Carlos.
Aldeia Tenondé-Porã
Atualmente, existem 896,9 mil indígenas em todo o território nacional, segundo o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Entre as regiões do Brasil, a maior parte está concentrada na região Norte, com 342,8 mil indígenas, e a menor no Sul, com 78,8 mil.
Entre as principais etnias indígenas brasileiras na atualidade estão a Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue ou Caigangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700) e Potiguara (7.700).
A preservação da cultura versus a tecnologia
Um dos grandes desafios para muitos desses povos é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de preservar a própria cultura e a de se adaptar às mudanças no mundo. Um exemplo disso é o uso ou não da tecnologia dentro das aldeias. Em muitas delas, hoje já é possível encontrar televisões, celulares e notebooks.