qual foi a influencia exercida pelas ideias mercantilistas sobre a politica economica colonial
Soluções para a tarefa
Respondido por
0
Os historiadores têm procurado compreender as peculiaridades do processo de emancipação política do Brasil além do registro do "Independência ou Morte"de D. Pedro às margens do rio Ipiranga. A data em que foi formalizada a Independência do Brasil e a criação de um Império desvinculado do Reino de Portugal e Algarves marca, como qualquer outra, um acontecimento histórico. Ela serve para representar um momento de transformação que vinha sendo historicamente preparado, mas que não pára aí.
Segundo o historiador Fernando Novais, o "sistema colonial" é um subsistema do Antigo Regime. Quando começa a passagem para o capitalismo industrial em uma das metrópoles - a Inglaterra -, toda a estrutura do Antigo Regime começa a ruir e, com ele, o "sistema colonial". Na Europa, isto ocorreu, no plano político, quando a Revolução Francesa demonstra a falência e a necessidade de superação do absolutismo, e, no plano econômico, quando a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra supera o acúmulo de capital baseado no mercantilismo para passar a ser gerado pelo incremento da produção. Não é por acaso que, no começo do século XIX, estes dois países entram em cerrada disputa por zonas de influência política e econômica. Dependente do equilíbrio do absolutismo e do mercantilismo, o sistema colonial que sustenta o Antigo Regime entra em crise. Seu resultado mais imediato é a Independência dos Estados Unidos, em 1776. Os ideais de liberdade se espalham por toda a América e surgem revoltas que, com diferentes concepções destes ideais, lutam pela superação da dependência das colônias com relação às suas metrópoles.
O Brasil não esteve alheio a este processo e suas conseqüências. Contudo, aqui a independência se dá de maneira bem diferente dos outros países da América Latina. Vejamos as principais razões.
Com a fuga da Família Real de Portugal para o Brasil - pressionada exatamente pela expansão de Napoleão - e a transferência da Corte para o Rio de Janeiro em 1808, o Brasil, mesmo mantendo os laços de dependência colonial formais com Portugal, passa por um período de transição. Mudanças políticas acompanham as transformações econômicas, fomentadas pela necessidade de se incrementar a produtividade da colônia para que a metrópole continuasse a ser sustentada. As medidas de D. João VI no Brasil são conseqüência desta necessidade: ele promove a abertura dos portos em 1808, a liberação da manufatura - antes proibida - na colônia e o tratado comercial com a Inglaterra em 1810. No momento em que decisões políticas e administrativas do Reino passam a ser exercidas na colônia, coloca-se em jogo a relação de dependência entre esta e a metrópole.
Em 1815 o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido. Esta medida foi, na verdade, resultado das decisões do Congresso de Viena, que marca a reação européia ao domínio napoleônico e recomenda o retorno dos antigos soberanos aos seus reinos. D. João é forçado a legitimar a sua decisão de permanecer no Brasil. Com isto, acaba por solucionar dois problemas: neutraliza as tentativas de emancipação política da colônia e protege o Brasil da dominação inglesa, já muito presente na economia colonial.
O que D. João não conseguiu solucionar foi o descontentamento do povo português, que estava sob domínio francês de 1808 a 1810 e se encontrava sob tutela do governo inglês o recuo das forças napoleônicas. Em 1820, a Revolução do Porto manifesta a discordância dos portugueses com a política de D. João VI e, após organizar a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, cria uma nova Constituição e impede a continuação da tutela inglesa, exigindo o retorno de seu soberano. D. João VI volta para Portugal e aceita a nova Constituição, que representava uma limitação dos seus poderes.
A Revolta Liberal do Porto detona o processo de independência do Brasil. A partir daí, os interesses do grupo formado por aqueles que haviam se beneficiado com os novos tratados comerciais entram em choque com os que representavam os velhos interesses e apoiavam o retorno aos antigos vínculos entre colônia e metrópole.
Em 24 de abril de 1821, um decreto das Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa subordina os governos das províncias brasileiras diretamente a Lisboa, tornando-se independentes do Rio de Janeiro. Era uma tentativa de se neutralizar a condição de Reino Unido alcançada em 1815. Na prática, o conjunto de medidas tomadas pelas Cortes significavam a recriação do pacto colonial. Tratava-se da recolonização do Brasil.
Diante deste quadro, as forças políticas na colônia constituíam três grupos básicos: o primeiro defendia o retorno aos antigos vínculos coloniais, tais como impunham as determinações das Cortes Portuguesas; o segundo - formado por proprietários rurais, comerciantes e burocratas que temiam as lutas pela independência iniciadas em vários pontos do Brasil - não queria perder as vantagens obtidas com o fim do pacto colonial, mas se apavorava diante da possibilida
Segundo o historiador Fernando Novais, o "sistema colonial" é um subsistema do Antigo Regime. Quando começa a passagem para o capitalismo industrial em uma das metrópoles - a Inglaterra -, toda a estrutura do Antigo Regime começa a ruir e, com ele, o "sistema colonial". Na Europa, isto ocorreu, no plano político, quando a Revolução Francesa demonstra a falência e a necessidade de superação do absolutismo, e, no plano econômico, quando a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra supera o acúmulo de capital baseado no mercantilismo para passar a ser gerado pelo incremento da produção. Não é por acaso que, no começo do século XIX, estes dois países entram em cerrada disputa por zonas de influência política e econômica. Dependente do equilíbrio do absolutismo e do mercantilismo, o sistema colonial que sustenta o Antigo Regime entra em crise. Seu resultado mais imediato é a Independência dos Estados Unidos, em 1776. Os ideais de liberdade se espalham por toda a América e surgem revoltas que, com diferentes concepções destes ideais, lutam pela superação da dependência das colônias com relação às suas metrópoles.
O Brasil não esteve alheio a este processo e suas conseqüências. Contudo, aqui a independência se dá de maneira bem diferente dos outros países da América Latina. Vejamos as principais razões.
Com a fuga da Família Real de Portugal para o Brasil - pressionada exatamente pela expansão de Napoleão - e a transferência da Corte para o Rio de Janeiro em 1808, o Brasil, mesmo mantendo os laços de dependência colonial formais com Portugal, passa por um período de transição. Mudanças políticas acompanham as transformações econômicas, fomentadas pela necessidade de se incrementar a produtividade da colônia para que a metrópole continuasse a ser sustentada. As medidas de D. João VI no Brasil são conseqüência desta necessidade: ele promove a abertura dos portos em 1808, a liberação da manufatura - antes proibida - na colônia e o tratado comercial com a Inglaterra em 1810. No momento em que decisões políticas e administrativas do Reino passam a ser exercidas na colônia, coloca-se em jogo a relação de dependência entre esta e a metrópole.
Em 1815 o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido. Esta medida foi, na verdade, resultado das decisões do Congresso de Viena, que marca a reação européia ao domínio napoleônico e recomenda o retorno dos antigos soberanos aos seus reinos. D. João é forçado a legitimar a sua decisão de permanecer no Brasil. Com isto, acaba por solucionar dois problemas: neutraliza as tentativas de emancipação política da colônia e protege o Brasil da dominação inglesa, já muito presente na economia colonial.
O que D. João não conseguiu solucionar foi o descontentamento do povo português, que estava sob domínio francês de 1808 a 1810 e se encontrava sob tutela do governo inglês o recuo das forças napoleônicas. Em 1820, a Revolução do Porto manifesta a discordância dos portugueses com a política de D. João VI e, após organizar a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, cria uma nova Constituição e impede a continuação da tutela inglesa, exigindo o retorno de seu soberano. D. João VI volta para Portugal e aceita a nova Constituição, que representava uma limitação dos seus poderes.
A Revolta Liberal do Porto detona o processo de independência do Brasil. A partir daí, os interesses do grupo formado por aqueles que haviam se beneficiado com os novos tratados comerciais entram em choque com os que representavam os velhos interesses e apoiavam o retorno aos antigos vínculos entre colônia e metrópole.
Em 24 de abril de 1821, um decreto das Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa subordina os governos das províncias brasileiras diretamente a Lisboa, tornando-se independentes do Rio de Janeiro. Era uma tentativa de se neutralizar a condição de Reino Unido alcançada em 1815. Na prática, o conjunto de medidas tomadas pelas Cortes significavam a recriação do pacto colonial. Tratava-se da recolonização do Brasil.
Diante deste quadro, as forças políticas na colônia constituíam três grupos básicos: o primeiro defendia o retorno aos antigos vínculos coloniais, tais como impunham as determinações das Cortes Portuguesas; o segundo - formado por proprietários rurais, comerciantes e burocratas que temiam as lutas pela independência iniciadas em vários pontos do Brasil - não queria perder as vantagens obtidas com o fim do pacto colonial, mas se apavorava diante da possibilida
Respondido por
0
Resposta:
as forças políticas na colônia constituíam três grupos básicos: o primeiro defendia o retorno aos antigos vínculos coloniais, tais como impunham as determinações das Cortes Portuguesas; o segundo - formado por proprietários rurais, comerciantes e burocratas que temiam as lutas pela independência iniciadas em vários pontos do Brasil - não queria perder as vantagens obtidas com o fim do pacto colonial, mas se apavorava diante da possibilida
Explicação:
Perguntas interessantes