Artes, perguntado por genisousa235, 9 meses atrás

qual foi a importância do retrato e do auto retrato para história da Artes​

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Respondido por Isadora01costa
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Resposta:

1. RESUMO

O presente trabalho é motivado pela necessidade de investigar o gênero do autorretrato durante todo o percurso da história, pontuando a presença do gênero na antiguidade, passando pelo desenvolvimento dos métodos pictóricos no período medieval e renascença, pelo romantismo, impressionismo e dando enfoque em especial na poética contemporânea. Não seria possível traçar uma história do autorretrato contemporâneo sem comentar as ressonâncias da produção de Andy Warhol no âmbito das artes visuais. Por fim, busca-se fazer uma breve abordagem da obra de dois artistas americanos contemporâneos, Scott Hutchison e Bryan Lewis Saunders, que trabalham com o tema do autorretrato na pintura e no desenho de maneira figurativa.

Palavras-chave: Autorretrato. Arte Contemporânea. Pintura.

2. Introdução

Segundo Debray (1993), na obra de arte de gregos arcaicos e egípcios a imagem do deus ou do morto implicava em sua presença. Nessas culturas, os retratos de governantes e oficiais importantes trariam um simbolismo de homenagem e de certa forma, eternização da imagem.

No caso do autorretrato, parece haver esse mesmo sentimento de admiração voltado a si mesmo, um sentimento narcísico. Um estudo de suas feições por pura curiosidade sobre como os outros o vêm ou, como no autorretrato moderno e contemporâneo, uma externalização de sentimentos através da reprodução da própria imagem.

A noção e a expressão da individualidade se deram de formas muito particulares em cada período na sociedade ocidental. Na Europa, autorretratos genuínos eram colecionados e venerados desde o século XVI. Mas esse simples interesse é superado facilmente pela obsessão que começou a existir há apenas 40 anos.

Hoje, em cidades do mundo todo, existem artistas que dedicam suas carreiras apenas ao autorretrato. O autorretrato pode ser definido como o gênero típico de nossa sociedade confessional. O número de autorretratos contemporâneos é incontável.

O presente trabalho é motivado pela necessidade de investigar o gênero do autorretrato na história da arte, em especial na arte contemporânea. Esperamos que estimule o interesse de outros pesquisadores para que possamos ampliar a parca bibliografia em português que é encontrada sobre o tema.

Não seria possível traçar uma história do autorretrato contemporâneo sem comentar as ressonâncias da produção de Andy Warhol no âmbito das artes visuais. Para Warhol, o mundo real não pode ser representado, ele seria como um negativo do mundo ficcional. Convencionalmente se pensa o autorretrato e a própria pintura como uma expressão subjetiva e íntima de um artista, no qual ele dedica tempo e trabalho ao fazer, mas Andy Warhol desvinculou o fazer artístico à espiritualidade e ao esmero.

Por fim, busca-se fazer uma breve abordagem da obra de dois artistas contemporâneos, Scott Hutchison e Bryan Lewis Saunders, que trabalham com o tema do autorretrato na pintura e no desenho.

3. As origens do autorretrato e as novas formas da auto representação no Modernismo

Esse capítulo busca fazer um apanhado sobre as origens do autorretrato na história da arte e sua contextualização com o momento histórico para que se possa entender melhor de que maneira se desenvolve as mudanças da concepção na autoimagem no período moderno.

3.1. As origens do autorretrato

Nas cavernas de Lascaux, na França, em que se encontraram diversas pinturas rupestres, os hominídeos usavam um procedimento que consiste em introduzir um pigmento em pó em um tubo oco e soprar em cima da própria mão colocada na pedra, formando assim um padrão. O vestígio é uma mão desaparecida que estava ali. Em tal processo, pode-se notar que existe um suporte (a parede) e uma projeção (o sopro), que como resultado surge uma imagem, uma “pintura não pintada”, uma sombra de uma mão que estava ali (DUBOIS, p.116, 1993). A primeira pintura da história é também um autorretrato.

Figura 1 - Mão gravada na Caverna de Chauvet, na França, cerca de 30.000 anos atrás.

Foi na Grécia Antiga e em especial durante o Império Romano que os retratos de fato se tornaram mais comuns – como em moedas, bustos e medalhas – e a prática no meio artístico se populariza, apesar de só a partir do século VI a.C. as assinaturas de artistas começaram a aparecer. Nesse mesmo período, alguns autorretratos podem ter sido produzidos na Grécia Antiga, mas a única evidência existente hoje são referências em textos escritos centenas de anos depois. No livro História Natural, de Plínio O Velho (77-9 d.C.) somente dois autorretratos são mencionados.

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