Biologia, perguntado por Aaninhazinha, 9 meses atrás

Qual foi a hipótese considerada pelos pesquisadores Tatiane trigo para ficar a estimativa de encontro de ambas as espécies no estado da Bahia

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Respondido por adrielton51
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Resposta:

O estudo, publicado na revista “Current Biology”, usou marcadores genéticos para diferenciar as duas espécies de gatos selvagens. As populações nordestinas permaneceram com o mesmo nome (Leopardus tigrinus). Os felinos do Sul, agora, são conhecidos por Leopardus guttulus

Visualmente, as duas espécies são muito semelhantes — embora a nordestina tenha pelagem mais clara. Suas diferenças só foram descobertas pela análise de sua história evolutiva e seu código genético.

— Usamos informações como o sequenciamento de trechos do DNA mitocondrial, além de outros processos que podem distinguir indivíduos e o fluxo de genes dentro de uma população — explica Eduardo Eizirk, professor da Faculdade de Biociências da PUC-RS. — Com esses marcadores, vimos que não houve cruzamento entre os gatos selvagens do Nordeste e os do Centro-Sul.

Eizirk destaca que os felinos nordestinos mantiveram o nome original por estarem mais próximos ao que seria a localização geográfica mais conhecida dos gatos selvagens.

Incentivo à conservação

Segundo a equipe da PUC, o projeto abre frentes para pesquisas de diversos campos, da genética à evolução destes felinos.

Ambas as espécies têm diversas características biológicas ainda desconhecidas. Entre elas, o comportamento dos felinos e a área em que podem ser encontrados.

— Precisamos colher dados sobre como se deslocam, em que velocidade, qual é a dieta de cada espécie — enumera Tatiane Trigo, autora chefe do estudo. — É difícil encontrar estes felinos em seus habitats. Trabalhamos principalmente com animais em cativeiro e mortos por atropelamento.

Tatiane acredita que, no futuro, as duas espécies de gatos selvagens podem se encontrar na Bahia, uma região em que hoje nenhuma delas está presente. Não se sabe, porém, o que levaria à mudança de área dos felinos.

Uma das hipóteses consideradas seria a ameaça à conservação dos habitats, um ponto comum entre as duas espécies.

— Muitos programas de conservação são direcionados a espécies específicas, como as listas nacionais e internacionais daquelas que são ameaçadas de extinção e o impacto ambiental causado por algum investimento — lembra Eizirik. — Portanto, reconhecer a existência de uma espécie no Nordeste e outra no Centro-Sul mostra como é urgente integrar ambas a um projeto que garanta proteção das duas.

De acordo com o professor, o estudo é um exemplo do grande número de espécies ainda não conhecidas, mesmo em grupos em que supostamente a pesquisa está avançada, como os felinos. No caso dos gatos selvagens, sua distribuição geográfica e a alimentação são os pontos menos explorados pela comunidade científica.

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