Qual filósofo contribuiu para o desenvolvimento científico no Helenismo?
Sócrates
Platão
Aristóteles
Pitágora
Soluções para a tarefa
Resposta:
Aristóteles
Explicação:
e oque faz mais sentido né
Resposta:
Sócrates
Explicação: Compreender a filosofia socrática exige entender não só os aspectos particulares de sua filosofia, mas compreender o contexto histórico onde esta se insere – a saber na antiga polis, as cidades-Estado gregas que se caracterizavam por sua pluralidade e independência: apesar de representarem uma unidade étnica e cultural – como a religião e a língua –, as diversas cidades-Estado mantêm sua independência por quase toda sua história. É desse mesmo contexto que irrompe uma forma de governo bastante característica do período – a democracia.
O regime democrático teve sua principal forma no caso de Atenas: ali, caracterizava-se pela primazia do diálogo e da participação pública de seus cidadãos. Eis algo que podemos identificar com bastante clareza na pintura ao lado: ali, vemos Péricles (495-429 a.C.), ao centro, discursando com seus conterrâneos em praça pública. Assim, a vida democrática sintetiza diversas tendências da cultura grega: o intercâmbio cultural e a ausência de um governo imperial culminam em uma vida política marcada pela troca e pelo diálogo, pela persuasão e pelo reconhecimento dos outros como iguais.
Essa ênfase dialógica, que estimulava o debate público e a reflexão sobre diversos temas éticos e políticos, foi extremamente importante para o desenvolvimento da Filosofia – sendo palco central para o advento da sofística e do próprio pensamento socrático.
A prática filosófica de Sócrates, desta forma, opera em parte como uma resposta a um contexto onde a palavra (logos) e a sabedoria (sophia) tem um lugar social de alto prestígio. Seu questionamento vai de encontro com esta estima: como podemos ter certeza se os ditos sábios, de fato, sabem do que falam? Considerando, também, o advento dos sofistas – que promoviam, em linhas gerais, a inexistência de uma Verdade absoluta, o estatuto relativo dos saberes humanos e o uso da retórica para a defesa dos conhecimentos –, a filosofia socrática propõe a douta ignorância como alternativa à valorização de verdades ou saberes estabelecidos sem uma reflexão cuidadosa.
É neste sentido que a filosofia socrática revela um de seus aspectos mais influentes: a ideia de que a Filosofia não é apenas uma disciplina teórica e voltada à apreensão das verdades sobre a realidade, mas um exercício intelectual essencial para uma boa vida – afinal, é ele que permite a reflexão sobre si e sobre a realidade, reflexão sem a qual uma vida digna não poderia se realizar. Em um trecho notável da Apologia de Sócrates, que vimos antes, essa posição filosófica é expressa de forma clara:
[...] se eu disser que o maior bem que pode haver para um homem é, todos os dias, discorrer sobre a excelência e sobre outros temas acerca dos quais me ouvíeis dialogar, investigando-me a mim e aos outros. E se eu vos disser que uma vida sem exame não é digna de ser vivida por um homem, ainda menos vos terei persuadido.
Assim, toma forma a ideia de que uma boa vida é, sobretudo, uma vida de intensa reflexão ou exame (skepsis, em grego), e que somente uma vida assim conduzida pelo exercício espiritual ou cuidado com a alma poderia ser considerada feliz ou boa – ideia que será central para o desenvolvimento das principais escolas helenistas, por vezes conhecidas como filosofias do bem viver.
É importante ter em mente desde já, todavia, que essas escolas não se restringem a esta inspiração na concepção de filosofia prática de Sócrates, mas se caracterizam por ela. Para além da ênfase ética dessas escolas – visível no caráter pedagógico da maior parte de seus escritos, que estabelecem criteriosas diretrizes de ação para os indivíduos –, elas continuavam atentas às outras áreas do pensamento filosófico, como os estudos da natureza (physis, em grego) e da Metafísica.