Qual era o papel da igreja ortodoxa na sustentação do Estado na Rússia czarista
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Resposta:
A história da Cristandade na região da Grande Rússia tradicionalmente começa ainda no período apostólico, quando Santo André teria chegado onde hoje é Quieve e profetizado a construção de uma grande cidade cristã. Onde ele teria erigido uma cruz seria hoje a Igreja de Santo André.[7][8]
A história da cristianização da região começou na década de 860. Nesta década, a guerra russo-bizantina de 860 pôs o Caganato de Rus em contato com o Império Bizantino, que viu sua vitória como intercessão da própria Teótoco, e, de acordo com Fócio, enviou bispos ao povo do caganato em 866 ou 867.[9]
Na mesma época, Cirilo e Metódio traduziram a Bíblia para o eslavo eclesiástico, facilitando a conversão de eslavos. Já havia uma comunidade cristã na nobreza local em meados do século X, notavelmente com a conversão de Santa Olga. Olga, no entanto, não conseguiu converter seu filho Esvetoslau I, deixando a tarefa de cristianização do povo local para o filho deste, Vladimir I, em episódio conhecido como Batismo de Quieve. É eleito o primeiro metropolita, Miguel I, escolhido pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla. Em 1299, com a perda da influência de Kiev, a arquidiocese mudou-se para Vladimir. Em 1325, mudou-se finalmente para Moscovo.
A história da Igreja Ortodoxa sob a Rússia Czarista é conturbada, como em 1569, quando Ivan, o Terrível ordenou o assassinato do Metropolita Filipe II. Em 1589, com o crescimento da importância da Igreja, Constantinopla lhe cede autocefalia e proclama seu metropolita patriarca. Em 1666, houve o primeiro grande sinal de intrusão do Estado na Igreja, com Aleixo I provocando a deposição do Patriarca Nikon (conhecido pela elaboração das reformas que levaram ao cisma dos velhos crentes). Em 1721, Pedro I aboliu o Patriarcado e transformou a Igreja em uma instituição estatal, o que só foi interrompido em 1917 com a Revolução de Outubro.
O ressurgimento do Patriarcado, no entanto, não duraria muito, sendo extinto pelo governo comunista após a morte do patriarca Tikhon, que apoiara abertamente o Movimento Branco, em 1925. Em 1943, no entanto, o Patriarcado foi reinstituído pelo governo de Stalin no contexto da Segunda Guerra Mundial. Ainda haouve perseguições sob Khrushchev, que chegou a fechar 12 mil igrejas. Menos de 7 mil permaneciam ativas à altura de 1982. [10] A censura e a perseguição a membros do clero permearam a relação entre o Estado soviético e a Igreja Ortodoxa durante toda sua existência até 1988, quando, no aniversário de mil anos do Batismo de Quieve, o Estado executou celebrações, reabriu igrejas e monastérios e passou a permitir propaganda religiosa na televisão.