História, perguntado por LauraNogueira3, 1 ano atrás

Qual era a situação na Europa antes da Primeira Guerra?

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Respondido por universo999
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Europa antes da guerra 

A guerra travada entre a França e a Prússia em 1870 foi o último grande conflito verificado na Europa no século XIX. A partir de então, o continente europeu atravessou um período de quase meio século de relativa paz. Nesse período, a partilha da Ásia e da África e o acelerado processo de industrialização das nações européias estabeleceram um novo equilíbrio de forças na Europa. Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, Império Austro-Húngaro e Itália projetaram-se como as grandes potências do continente, ao passo que o outrora poderoso Império Turco-Otomano entrava em declínio. Para garantir o equilíbrio e assegurar-se de que nenhuma nação rival ameaçaria seus domínios, as potências começaram a modernizar e fortalecer seus exércitos: investiram em armas cada vez mais sofisticadas, adotaram o serviço militar obrigatório e fortificaram suas fronteiras. Fortemente armadas, essas nações evitavam guerrear entre si, preferindo resolver suas disputas por meio de acordos diplomáticos e alianças. Em 1882, por exemplo, os governos da Alemanha, do Império Austro-Húngaro e da Itália formaram a Tríplice Aliança. Em resposta, em 1907 os governos da Inglaterra, da França e da Rússia criaram a Tríplice Entente. 

Guilherme II, monarca alemão 

Embora evitassem o confronto direto, o clima de tensão entre as potências européias era muito grande. Na verdade, vigorava entre elas uma paz tensa e instável. Por isso esse período ficou conhecido como o da paz armada. O forte nacionalismo dos povos europeus - outra importante característica do período - acentuava antigos ressentimentos e instigava a rivalidade entre as nações. Os franceses, por exemplo, não se conformavam com o fato de terem perdido a Alsácia e a Lorena para os alemães no fim da Guerra Franco-Prussiana (1870) e nutriam desejo de vingança. Os alemães, por sua vez, alimentavam o desejo de ampliar seu império colonial. Por terem chegado tarde à corrida imperialista - já que a unificação do país só ocorrera em 1871 -, eles se sentiam insatisfeitos com o que lhes coubera na partilha da África e da Ásia. Tão ressentidos quanto eles encontravam-se os italianos, cujo país também se unificara tardiamente e que pouco havia obtido na divisão imperialista do mundo. 

Francisco Ferdinando, arquiduque austro-húngaro

Nos Bálcãs viviam povos de diversas etnias e culturas, como gregos, eslavos, sérvios, croatas, turcos, búlgaros, etc. Esses povos estavam sob o domínio do Império Turco-Otomano desde tempos remotos. Animados por fortes sentimentos nacionalistas, no século XIX eles passaram a se mobilizar contra o jugo turco-otomano. Os primeiros a se emancipar foram os gregos, cuja independência foi conquistada em 1821; em 1878, contando com o apoio dos russos, que buscavam aumentar sua influência nos Bálcãs, Sérvia, Montenegro e Romênia também obtiveram a autonomia, enquanto a Bósnia-Herzegovina era colocada sob a tutela do Império Austro-Húngaro. Em 1908 a Bósnia-Herzegovina foi formalmente anexada ao Império Austro-Húngaro. A medida reacendeu o nacionalismo dos povos da península. Os sérvios -interessados no território - foram os principais opositores da anexação. As rivalidades explodiram no dia 28 de junho de 1914, quando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, e sua esposa, em visita à cidade de Sarajevo, na Bósnia, foram assassinados por um estudante bósnio simpatizante da Sérvia. 

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