Artes, perguntado por aloryangustavo, 8 meses atrás

Qual era a situação financeira de Clarice Lispector no conto Restos de Carnaval

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Respondido por yasminvieira0208
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Resposta:

O conto autobiográfico Restos do Carnaval, da já consagrada escritora brasileira, de origem ucraniana, Clarice Lispector, publicado no livro Felicidade Clandestina de 1971, narra a lembrança nostálgica e conflitosa de um determinado carnaval na infância da autora. Sob um olhar sutil e descritivo de si mesma e do evento em questão, Clarice transporta-se juntamente ao leitor para uma Recife do passado, e um evento que aos seus olhos de criança, era único.

A autora conta que em sua infância, o gosto pela festa anual era valioso. Enquanto os preparativos para a festividade aconteciam, fora surpreendida pela reação da doença de sua mãe, e o alvoroço em sua casa por pouco não desconstruíra sua alegria e reverência quanto a folia.

Ela inicia sua narrativa apresentando uma regressão dos fatos do Carnaval. Introduz citando a Quarta-feira de Cinzas, para posteriormente falar dos dias festivos e sua experiência marcante aos oito anos de idade. É notável acrescentar-lhe também, que o conto inicia-se como uma conversa despretensiosa com o leitor, logo no primeiro parágrafo: “Não, não deste último carnaval”. A narrativa de Clarice, uma expressão adulta de si mesma quando criança, mostra uma menina esperta — e como ela mesmo diz, orgulhosa — cercada por fatores que a impediam de aproveitar a festa, como a doença de sua mãe e uma situação financeira instável, e que apesar de tudo, ainda sim, preservava uma felicidade digna de uma criança. No decorrer do conto, a autora retrata que em sua casa, a ideia de diversão diante da enfermidade de sua mãe era banal, e que somente ela ansiava pelo evento. Pelas circunstâncias, alegrava-se com o pouco que ganhava para divertir-se, como, por exemplo, quando cita seus únicos acessórios: um lança-perfume e um saco de confetes, o que economizava para três dias de folia. Mas isto não diminuía sua alegria. Contentava-se com o pouco. Aliás, fazia-se completa, com o penteado que desejava e a maquiagem que sua irmã dispunha a produzi-la.

Na memória de Clarice, um fato curioso marca este carnaval. Ao sobrar materiais da fantasia de sua amiga, ela aceita de bom grado o presente do destino, para também fantasiar-se de rosa. É interessante perceber que a autora transparece inúmeras vezes traumas e sentimentos, frustrações e desabafos, além de momentos nostálgicos de sua memória. Afinal, trata-se de um conto autobiográfico.

Explicação:


aloryangustavo: era mais facil ter dado so a resposta mais blz
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