qual era a importância da guerra para os povos europeus antigamente?
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Resposta:
Imagine uma tarde qualquer em Paris, Londres ou Berlim antes da Primeira Guerra, em 1913. Cavalos e carroças dividem a rua com bondes e poucos automóveis. Num café, homens leem jornais e discutem as novidades: aviões e corridas de carros. Desde a queda de Napoleão (quase 100 anos antes), a Europa inteira não se envolve numa guerra de grandes proporções. A África e boa parte da Ásia estão sob domínio dos europeus, e os colonizados são temas da arte moderna, para os quais crítica e público torcem o nariz. Moças em espartilhos e mangas até o punho jogam conversa fiada numa confeitaria, quem sabe sobre o voto feminino — que os homens consideram fútil. A tecnologia dava saltos, mas ainda se vivia sob valores da Era Vitoriana: o futuro seria a “marcha inexorável da civilização ocidental sobre a barbárie”. Essa era de certezas ganhou o nome de Belle Époque, a “bela época”.
Era um mundo no qual “todos sabiam o que glória e honra queriam dizer”, escreveu o historiador Paul Fussel, autor de The Great War and Modern Memory ("A Grande Guerra e a Memória Moderna", sem tradução). Uma sociedade despreparada para a escala e os métodos inéditos de matança, que incluíam metralhadoras, bombas dispensadas de aviões, torpedos de submarinos e, mais que tudo, o tédio aterrador das trincheiras. Com o conflito, seriam perdidas 17 milhões de vidas. “O grande edifício da civilização do século 19 foi demolido nas chamas da grande guerra, quando seus pilares desabaram”, afirmou o historiador Eric Hobsbawn. Para ele, a guerra marca o início do “Curto Século 20”: um período de incerteza violenta, no qual nenhum valor passaria sem ser contestado. Nas páginas a seguir, mostramos como vários aspectos do mundo atual surgiram dessa destruição.