História, perguntado por deividzio123, 1 ano atrás

qual era a ideia de "novo mundo" defendida pelo europeu

Soluções para a tarefa

Respondido por yannickfilho97
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Quando os europeus tomaram conhecimento dos territórios americanos, a Igreja Católica logo chegou a uma conclusão: com a cristianização do Velho Continente, o diabo havia se refugiado no Novo Mundo, e, por isso, era preciso combater Satã, convertendo as almas ingênuas dos indígenas. A tarefa coube aos jesuítas, membros da ordem religiosa Companhia de Jesus admirados na época por sua capacidade “civilizadora”.

Durante muito tempo, historiadores enxergaram a catequização indígena como uma mera imposição, na qual o cristianismo era forçado na cultura nativa. Essa visão, contudo, passou, nos últimos anos, por um aprimoramento, e, atualmente, sabe-se que os índios foram capazes de, em certa medida, adaptar a religião europeia à própria cultura, em um esforço de “diálogo intercultural”. Buscando desvendar como ocorreu esse contato de valores e crenças, o historiador Francismar Alex Lopes de Carvalho, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), estuda desde 2013 as missões Maynas e Mojos, criadas nos atuais territórios do Equador e da Bolívia, respectivamente, a serviço da Espanha.

A partir de documentos inéditos, obtidos em arquivos e bibliotecas de Espanha, Itália, Portugal e Estados Unidos, o pesquisador descreveu e analisou como povos da floresta amazônia absorveram a cultura ocidental. O trabalho resultou nos artigos Imagens do demônio nas missões jesuíticas da Amazônia espanhola, publicado na revista Varia Historia, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Estrategias de conversión y modos indígenas de apropiación del cristianismo en las misiones jesuíticas de Maynas, aceito no Anuario de Estudios Americanos, de Sevilha (Espanha).

Carvalho se interessou pelo diálogo intercultural entre europeus e indígenas ao elaborar sua tese de doutorado, defendida em 2012, na USP. No trabalho, ele observou que a conquista da Amazônia por portugueses e espanhóis se baseou numa política de cooptação dos líderes tribais, na qual os caciques barganhavam vantagens materiais em troca do apoio aos colonizadores. A partir daí, ele passou a estudar de que maneira os indígenas da região se apropriaram do catolicismo, constatando que as negociações entre europeus e nativos também se estendiam à esfera ideológica. Os índios assimilavam os conceitos cristãos, mas conferiam significados estranhos às noções originais, o que levou à emergência de um cristianismo híbrido.


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