Qual era a condição da mulher na antiguidade grega
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Quando lançou sua música Mulheres de Atenas, Chico Buarque de Hollanda foi classificado na época de machista pelo movimento feminista no Brasil. O autor se justificou dizendo que a idéia principal de tal canção era justamente levar as mulheres contemporâneas à reflexão para não sofrerem situações análogas às da antiguidade, especificamente aquelas ligadas às mulheres da Grécia antiga.
Na sociedade atual, as mulheres vivem uma condição bem diferente daquela na qual as gregas antigas estavam inseridas – apesar de esbarrarem ainda em certos preconceitos culturais e, em algumas sociedades encontrarmos comportamentos considerados extremamente estranhos e violentos, como a extirpação do clitóris em algumas localidades do continente africano – pois tem seus direitos legalmente reconhecidos e podem exercer sua cidadania.
As mulheres gregas, principalmente as atenienses eram consideradas objetos que poderiam ter suas vidas dispostas da forma que seus tutores (pais, marido, etc) desejassem. A educação das meninas ficava a cargo das mulheres mais velhas da casa: mãe, avó e criadas, com quem aprendiam os trabalhos domésticos, sobretudo a cozinhar e a tecer, e frequentemente também um pouco de leitura, cálculo e música, apesar de isso não lhes ser imprescindível. Tinham, portanto, uma vida reclusa. No casamento, representavam apenas um bom negócio para a família, onde realizavam alianças. A mulher jamais poderia escolher seu marido, essa tarefa era exclusiva do pai.
Casal em carruagem. Ânfora ática de figuras negras com tampa atribuída a Exéquias. Data: c. 540 a.C. New York, Metropolitan Museum of Art.
Uma vez casada estava submetida às ordens de seu marido, que lhe dava a tarefa de administrar o lar seguindo suas orientações, desta forma não tinha autonomia para resolver nada, passava seus dias reclusa em uma sala onde podia apenas praticar atividades domesticas, como trabalhos manuais, os cuidados com os filhos e outras tarefas deste porte.
Xenofonte, um autor do século IV a.C., retrata a condição feminina no casamento em sua obra Econômico, a partir da ótica de um marido, Iscomaco, que conta a Sócrates como instruiu sua esposa para que ela pudesse cuidar dos assuntos que lhe diziam respeito, mostrando-lhe os motivos do casamento e as tarefas do marido e da mulher: