Sociologia, perguntado por Luiza0310, 1 ano atrás

Qual é o resumo do texto " A origem do mundo segundo os tupinambá

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Respondido por andresilva1231
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Quando Alberto Mussa descobriu, por meio de um exame laboratorial, que era mais índio do que árabe (e isso faz tempo), recuperar o imaginário tupinambá se tornou, mais do que um desafio, um projeto de vida. Após quatro obras ficcionais, todas endossadas pela crítica, ele passou os dois últimos anos reprocessando informações que absorveu sistemática e indiretamente em seus 47 anos de vida. Agora, o autor vê o projeto materializado. Acaba de ser publicado Meu Destino É Ser Onça, um ensaio com toques de literatura, sobretudo no que diz respeito ao texto, bem escrito, musical e ágil.
Respondido por lorenlopes456
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Meu Destino É Ser Onça traz a invenção do mundo a partir do olhar e das referências de indígenas brasileiros. Esse imaginário é tão rico quanto o de outros livros fundadores do Ocidente. Em vez de verbo, no início desse mundo tupinambá, havia outra nuance. “No princípio, o universo era provavelmente muito escuro.” Há uma pasárgada, território paradisíaco, onde não se trabalha nem se adoece: “a terra-sem-mal”. Muitos seres desse mundo inicial brasileiro, ao desrespeitarem limites, são transformados (como punição) em animais – como se dá na mitologia grega.

A exemplo de mitologias africanas, em que há explicação de por que determinados seres serem o quê e como são, esse mito brasileiro revela a origem da ave saracura, que um dia foi humano: “Saracura ficou todo queimado e imediatamente se transformou numa ave – que ainda tem, no bico e no pé, as marcas da queimadura provocada pelo canitar.”

O imprevisto

O ex-presidente Fernando Collor de Melo é, diretamente, responsável pelos rumos da vida do autor de Meu Destino É Ser Onça. Naqueles anos 1990, já formado em Letras, com mestrado defendido, Mussa sonhava desenvolver uma trajetória dentro da academia. Cursando doutorado, ele foi surpreendido com o confisco da caderneta de poupança e teve de abandonar os estudos. No período, entre outras atividades, escrevia os verbetes da letra “d” para o Dicionário Houaiss.

Lentamente, as leituras despertaram, estimularam e – enfim – viabilizaram o que viria a ser seu novo livro. Recorreu do fundamental A Religão dos Tupinambás, de Alfred Métraux (da clássica Coleção Brasiliana) a outras fontes. Estudou as línguas da costa ocidental da África (que influenciaram o português brasileiro), incluindo o iorubá, constante nos cantos do candomblé, que ele frequenta desde pequeno. Aprendeu árabe. Leu muita mitologia e história. Sem parar.Quando Alberto Mussa descobriu, por meio de um exame laboratorial, que era mais índio do que árabe (e isso faz tempo), recuperar o imaginário tupinambá se tornou, mais do que um desafio, um projeto de vida. Após quatro obras ficcionais, todas endossadas pela crítica, ele passou os dois últimos anos reprocessando informações que absorveu sistemática e indiretamente em seus 47 anos de vida. Agora, o autor vê o projeto materializado. Acaba de ser publicado Meu Destino É Ser Onça, um ensaio com toques de literatura, sobretudo no que diz respeito ao texto, bem escrito, musical e ágil.

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