Qual é o papel do leitor na constituição dos sentidos em um texto?
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Resposta:
O leitor, assim, tem papel importante, pois ocupa lugar ativo, a partir do qual atribui sentidos ao texto. Atribuir sentidos “ (...) é trabalho do imaginário, da ideologia: fazer laço, estabelecer relações, ordenar, classificar, comparar, transformar este novo que perturba em algo sempre já-lá”
leitura como formação dos alunos.
Não se trata, porém, de ficar "exortando" sobre a importância da leitura ou pressionando o aluno a ler para que perceba sentido na prática da leitura. Trata-se de demonstrar a relação da leitura e sua importância como fonte mediadora de conhecimento, e ou reflexão, para a transformação do modo de ver e pensar o mundo. No entanto, é também com indicações ou sugestões de leituras que o professor atua como mediador na formação de aluno leitor. Segundo Grotta (2001), "a figura do professor como leitor e modelo de leitor para seus alunos é uma das experiências escolares mais significativas no processo de formação desses como leitores".
Mas também depende da demonstração ao aluno, por parte do professor, do prazer e entusiasmo proporcionado pela leitura. Todos têm diferentes gostos por leituras. Cabe ao professor descobrir qual o fio condutor de interesse do aluno, e ir dando dicas, mostrando os caminhos da leitura para possibilitar que, de fato, no processo de formação do aluno, a leitura transforme sua maneira de compreender, vivenciar e transformar o mundo.
Neste contexto, como o processo de formação do indivíduo é permeado por relações em constantes movimentos de construção e reconstrução, vale salientar a afirmação de Grotta: a leitura tem um valor cultural e professores e alunos devem praticá-la de maneira envolvente e significante para si.
Através de uma ação política e pedagógica, o professor, enquanto mediador na formação do sujeito/leitor dentro da escola, deve proporcionar acesso aos seus alunos ao mundo da leitura, sobretudo àquelas que são significantes para a vida do aluno. Deve mostrar e valorizar a leitura como fonte de conhecimento importante para a criticidade e vida do mesmo. Proporcionar leituras como atividades recreativas em sala de aula, além de desenvolver mecanismos que despertem a satisfação diante do ato de ler, pois a leitura possibilita o acesso do sujeito às diferentes informações, opiniões e concepções de mundo. Isso abre possibilidade para que o sujeito se aproprie das mesmas e transforme suas crenças, valores e sua linguagem com o outro (social), na interação com o seu mundo cultural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Evidentemente, sabe-se que para formar leitores é preciso envolvê-los no domínio a na prática da linguagem escrita, na percepção da leitura como conhecimento cultural para formação de consciências críticas, no movimento dialético da vida. Afinal, e de acordo com Vygotsky, o homem é um ser social que, pela mediação do outro, através daquilo que pensa e produz, dos signos, das interações sociais, constitui-se como sujeito, desenvolve-se e produz cultura. Nesta direção, a formação do leitor está vinculada diretamente com a constituição de sujeitos sociais, históricos, políticos e culturais.
Neste sentido, a constituição do leitor é inerente à constituição do sujeito e de sua subjetividade. O leitor se constitui conforme o indivíduo vai tecendo interações sociais, envolvendo afetividade, emoções, intelectualidade. A leitura é um instrumento cultural que participa da formação desse sujeito e do desenvolvimento psicológico do leitor e, também, de certa forma, um mediador entre sujeito e conhecimento.
O leitor se constituirá através do meio em que ele vive, suas interações, mediações, ou seja, tudo formará este sujeito e, conseqüentemente, esse leitor. Assim, a escola que este freqüentou, a história de vida deste e de sua família, a relação que as pessoas de seu meio social têm com os livros e os documentos escritos, influenciam no leitor em que este vai se constituir.
Pode-se concluir que o sujeito se constituirá como bom leitor dependendo de sua história de mediação com a leitura, propiciada por inúmeros agentes culturais, entre os quais destaca-se a escola.
FREIRE, Paulo. "Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire". São Paulo: Cortez e Moraes, 1979.
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GROTTA, E. C. B. "Formação do leitor: Importância e mediação do professor". In LEITE, S. S. S (org). "Alfabetização e letramento: contribuição para as práticas pedagógica". Campinas/SP: Ed. Komedi: Arte Escrita, 2001.
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