Qual é o maior custo que envolve a dessalinização?
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Dessalinização é um processo físicoquímico que retira os sais da água do mar e a transforma em doce ou adequada ao consumo humano. A tecnologia de osmose inversa, a partir do uso de membranas, produz 65% da água dessalinizada do mundo e os processos térmicos são responsáveis pelos outros 30%.
A dessalinização por membrana possui custo estimado, nos Estados Unidos, de US$ 0,75 a US$ 1,50 por cada mil litros de água. É mais do que o dobro do gasto de produção de algumas concessionárias que tratam e distribuem a água captada nos rios do Brasil. Ainda assim é três vezes mais barata do que os processos térmicos, que consomem mais energia.
Países que não contam com muitas reservas de água, como Israel, Arábia Saudita e Kuwait, consomem água dessalinizada. Oriente Médio e África concentram cerca 50% do mercado global, de acordo com a revista Global Water Intelligence.
A dessalinização é também uma alternativa comum para uso da tripulação de navios e submarinos ou para cientistas que pesquisam regiões desprovidas de água doce. No Brasil, a dessalinização garante o abastecimento da ilha de Fernando de Noronha e das plataformas da Petrobras, que precisam injetar 1,8 milhão de litros de água sem sal por hora nos poços de produção de petróleo.
Segundo avaliam os especialistas, o problema para se garantir o abastecimento de grandes cidades distantes do litoral, como São Paulo, não é tanto o custo de produção da água dessalinizada, mas do transporte.
Alguns países já adotaram projetos híbridos de dessalinização que combinam as tecnologias de osmose e multiestágio. Novas usinas também procuram combinar plantas de dessalinização e de geração de energia para obter alguma redução das despesas. Porém, o custo do metro cúbico tratado ainda é considerado alto. Além do problema ambiental com o descarte do sal extraído da água do mar, algumas unidades também usam petróleo ou consomem muita energia elétrica na produção de água doce.