História, perguntado por samuel1485, 10 meses atrás

Qual é o legado do sistema escravista deixado na historia conteporania?​

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Respondido por juliana092719
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Trazidos da África desde o início do século XVI, trabalhadores escravos negros tiveram importante papel na economia do Brasil até o século XIX e ajudaram a compor nossa cultura. Embora os números da chamada “diáspora africana” não sejam precisos, é consenso que nosso país foi o destino mais frequente dos milhões de homens e mulheres feitos cativos no continente africano, por mais de trezentos anos (veja infográfico). “As relações escravistas no Brasil foram complexas e seus impactos culturais são inúmeros”, afirma Leandro Jorge Daronco, doutor em História e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IF – Campus Santa Rosa, RS).

É preciso lançar pelo menos dois olhares sobre os legados da escravidão no Brasil, segundo o historiador. O primeiro ponto seria os aspectos formadores da cultura, da identidade e da etnicidade brasileiras, pois o negro africano constitui um dos pilares étnicos de nossa formação social e cultural. Sua contribuição está imbricada na cultura geral, na religiosidade, na multiculturalidade étnica, na culinária, na musicalidade, na dança e nas demais expressões artísticas.

O segundo ponto seria a presença determinante do trabalho negro nos principais ciclos produtivos da história brasileira: açúcar, ouro, pecuária, café, entre outros. O escravo tornou-se imprescindível ao funcionamento da colônia e, mais tarde, do Brasil Imperial. Ao mesmo tempo, a escravidão produziu mazelas históricas em nosso país que dificilmente poderão ser reparadas. Uma dessas marcas é a segregação étnico-racial.

Democracia racial

Após a abolição, a segregação dos negros foi estrategicamente silenciosa. “Os problemas de racismo historicamente ocorridos no Brasil foram cobertos por uma roupagem demagógica e hipócrita que não contribui para enfrentá-los, a exemplo do ocorrido nos Estados Unidos ou na África do Sul. Nosso ‘apartheid’ continua invisível”, afirma Daronco.

O pesquisador aponta que o negro pós-abolição percebeu-se com a vida cerceada, desprovido de terra, do acesso à educação e, em muitos casos, de qualificação profissional. “Restou àqueles milhões de africanos e afro-brasileiros ‘sem sobrenome’ buscar as periferias urbanas como local de moradia, o trabalho nas estradas de ferro, nas docas, ou permanecer junto a seus antigos senhores em situação muito semelhante à vida dos tempos de escravidão.”

Além disso, os governos republicanos que se seguiram, muitas vezes influenciados por noções difundidas por intelectuais brasileiros, disseminaram a ideia de uma “democracia racial” em nosso país. O historiador, sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, nos livros Casa Grande e Senzala e Sobrados e Mocambos, deu sua colaboração para isso. O conceito de democracia racial retira a escravidão da ótica da dominação. O mestiço afro-brasileiro comprovaria a mistura entre os diferentes em nosso país, atestando, assim, que não somos racistas. Daronco explica que, a partir da ideia de que vivemos numa democracia racial, “o preconceito e o racismo foram escamoteados pela visão idealizada de um passado de relação harmônica entre os diversos grupos étnicos que se encontraram aqui”.

Daniela do Carmo Kabengele, doutora em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que, na educação, no mercado de trabalho, na política e em outras importantes esferas da sociedade brasileira, a população negra tem menos oportunidades que a população branca. Esse fato seria estrutural, estruturante e histórico em nosso país. “O racismo se faz presente no Brasil há muito tempo, de maneira particular e na maior parte das vezes encoberta”, relata.

Naturalização da desigualdade

Uma herança da escravidão particularmente sentida até os dias atuais seria a naturalização da desigualdade em nossa sociedade, explica Ricardo Alexandre Ferreira, doutor em História e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Campus Franca). O Brasil do século XIX passou a manejar os novos ideais de liberdade e igualdade apregoados no mundo ocidental e, ao mesmo tempo, manteve em seus quadros legais a escravidão dos africanos. Nascia um país “moderno” que afirmava não poder se desvencilhar imediatamente do cativeiro. Nascia um país “livre e igual”, composto por meios cidadãos (os ex-escravos ou libertos) e não cidadãos (os cativos). “Esse legado, não menos importante do que os vinculados à arte, à culinária, à construção de edificações, à religião, enfim, ao desenvolvimento de uma cultura mestiça, acabou por nos marcar efetivamente como


juliana092719: eu acho q eh isso
juliana092719: por favor agora vai no meu perfil e tenta responder a pergunta que eu fiz la eh pra amanhã aquilo
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