Qual é a vantagem de utilizar sangue artificial em vez do sangue obtido por doação?
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Estamos mais perto de usar sangue artificial em transfusões reais do que nunca. O projeto HaemO2, da Universidade de Essex, na Inglaterra, pode ser o primeiro sucesso nesse campo, graças a criação de uma molécula transportadora de oxigênio segura que pode ser armazenada à temperatura ambiente durante longos períodos de tempo.
Os cientistas têm tentado criar sangue artificial há anos, por motivos óbvios: falta sangue para transfusões nos hospitais de todos os cantos do mundo, apesar de milhares de doações serem feitas. Além disso, mesmo que doações suficientes fossem feitas, em alguns lugares a falta de estrutura para cuidar desse sangue e armazená-lo seria um impedimento para salvar vidas.
Mas “inventar” sangue não é uma coisa fácil.
O sangue humano é repleto de células do sistema imunológico e de uma infinidade de proteínas. Os pesquisadores estão particularmente interessados na célula vermelha do sangue, no que diz respeito à transfusão.
Essas células não nucleadas em forma de anel são o principal constituinte sólido do sangue, dando-lhe a famosa cor vermelha. Essa cor vem da molécula que está no coração da célula, que serve para transportar oxigênio – a hemoglobina. Esta proteína pega átomos de oxigênio nos pulmões e os libera em outras partes do corpo para manter as células abastecidas.
É isso que o projeto HaemO2 conseguiu replicar com sucesso.
A questão que havia frustrado tentativas anteriores de desenvolver sangue artificial é que as moléculas de hemoglobina podem ter efeitos colaterais tóxicos quando não estão contidas dentro das paredes de uma célula vermelha do sangue.
Quando expostas à corrente sanguínea, essas proteínas se decompõem em compostos de ferro reativos e radicais livres. Isso não é o tipo de coisa que você quer em seu sangue.
HaemO2 se baseia numa molécula de hemoglobina modificada, criada através da inserção de genes em bactérias E. coli cultivadas em laboratório. As bactérias produzem a proteína desejada durante sua atividade metabólica normal, e mais tarde os cientistas colhem as células vermelhas transformadas, que são purificadas e concentradas para serem usadas no produto final.
A Universidade de Essex já patenteou seu design de hemoglobina nos EUA e na Austrália, e aguarda aprovação na União Europeia.
Vantagens do sangue artificial
As vantagens do sangue artificial são enormes.
Para começar, tem o fato que citamos no começo desse artigo: as doações de sangue atuais não são suficientes para atender a demanda.
Além disso, usando sangue criado em laboratório, as equipes de emergência não precisariam se preocupar com a tipagem sanguínea em meio a um cenário de desastre, porque não haveria marcadores de tipo sanguíneo no sangue artificial. Hoje em dia, receber sangue do tipo errado pode matar uma pessoa.Também, o sangue do projeto HaemO2 pode durar até dois anos em temperatura ambiente, o que o torna perfeito para emergências e distribuição em áreas remotas.
A transfusão de sangue ainda seria mais segura para indivíduos imunocomprometidos.
Mesmo que o seu sistema imunológico funcione bem, sangue humano nunca vem sem riscos. Há sempre a possibilidade de, por exemplo, patógenos ainda não descobertos aparecerem no fornecimento de sangue natural, que foi o que aconteceu no início da epidemia de HIV.
O HaemO2 parece as mil maravilhas reunidas, mas a má notícia é que não teremos sangue artificial correndo em nossas veias amanhã. Ainda há muito trabalho a ser feito antes disso acontecer.
espero ter ajudado
Os cientistas têm tentado criar sangue artificial há anos, por motivos óbvios: falta sangue para transfusões nos hospitais de todos os cantos do mundo, apesar de milhares de doações serem feitas. Além disso, mesmo que doações suficientes fossem feitas, em alguns lugares a falta de estrutura para cuidar desse sangue e armazená-lo seria um impedimento para salvar vidas.
Mas “inventar” sangue não é uma coisa fácil.
O sangue humano é repleto de células do sistema imunológico e de uma infinidade de proteínas. Os pesquisadores estão particularmente interessados na célula vermelha do sangue, no que diz respeito à transfusão.
Essas células não nucleadas em forma de anel são o principal constituinte sólido do sangue, dando-lhe a famosa cor vermelha. Essa cor vem da molécula que está no coração da célula, que serve para transportar oxigênio – a hemoglobina. Esta proteína pega átomos de oxigênio nos pulmões e os libera em outras partes do corpo para manter as células abastecidas.
É isso que o projeto HaemO2 conseguiu replicar com sucesso.
A questão que havia frustrado tentativas anteriores de desenvolver sangue artificial é que as moléculas de hemoglobina podem ter efeitos colaterais tóxicos quando não estão contidas dentro das paredes de uma célula vermelha do sangue.
Quando expostas à corrente sanguínea, essas proteínas se decompõem em compostos de ferro reativos e radicais livres. Isso não é o tipo de coisa que você quer em seu sangue.
HaemO2 se baseia numa molécula de hemoglobina modificada, criada através da inserção de genes em bactérias E. coli cultivadas em laboratório. As bactérias produzem a proteína desejada durante sua atividade metabólica normal, e mais tarde os cientistas colhem as células vermelhas transformadas, que são purificadas e concentradas para serem usadas no produto final.
A Universidade de Essex já patenteou seu design de hemoglobina nos EUA e na Austrália, e aguarda aprovação na União Europeia.
Vantagens do sangue artificial
As vantagens do sangue artificial são enormes.
Para começar, tem o fato que citamos no começo desse artigo: as doações de sangue atuais não são suficientes para atender a demanda.
Além disso, usando sangue criado em laboratório, as equipes de emergência não precisariam se preocupar com a tipagem sanguínea em meio a um cenário de desastre, porque não haveria marcadores de tipo sanguíneo no sangue artificial. Hoje em dia, receber sangue do tipo errado pode matar uma pessoa.Também, o sangue do projeto HaemO2 pode durar até dois anos em temperatura ambiente, o que o torna perfeito para emergências e distribuição em áreas remotas.
A transfusão de sangue ainda seria mais segura para indivíduos imunocomprometidos.
Mesmo que o seu sistema imunológico funcione bem, sangue humano nunca vem sem riscos. Há sempre a possibilidade de, por exemplo, patógenos ainda não descobertos aparecerem no fornecimento de sangue natural, que foi o que aconteceu no início da epidemia de HIV.
O HaemO2 parece as mil maravilhas reunidas, mas a má notícia é que não teremos sangue artificial correndo em nossas veias amanhã. Ainda há muito trabalho a ser feito antes disso acontecer.
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