Filosofia, perguntado por crisbela1, 1 ano atrás

qual é a relação de progresso que veio arrastada deste século retrasado, passado

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Respondido por mendesraissa25
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Nos séculos XV e XVI o Velho Mundo descobriu o Novo. As façanhas náuticas desses duzentos anos levaram os europeus a quase todas as regiões que tinham acesso marítimo, e deram origem a uma nova concepção geográfica do pequeno mundo até então conhecido, centralizado no Mediterrâneo, - Europa, parte do Oriente Próximo, Norte da África - para o mundo como o conhecemos hoje e cuja integridade geográfica fora então revelada.
Não se tratava somente da incorporação de novos continentes e ilhas, cuja descoberta foi muitas vezes fortuita e algumas vezes até inoportuna, mas do contato direto com regiões até então apenas imaginadas. As informações sobre África e Ásia chegavam à Europa graças aos relatos dos viajantes. Eram, no entanto, informes atrasados e, em boa parte, confusos e fantasiosos.
Os europeus não tiveram acesso direto aos relatos dos viajantes árabes, os únicos que poderiam fornecer dados precisos sobre o interior da África e especialmente sobre sua costa oriental. As poucas informações disponíveis foram fornecidas por um grupo de cartógrafos judeus de Maiorca que assinalaram, em mapas do final do século XIV, a localização mais ou menos exata de Tombuctu e dos rios Senegal e Níger, no noroeste do continente negro.
Em compensação, os relatos de viagens à Ásia eram numerosos e detalhados. As descrições criteriosas de Marco Polo gozavam de grande popularidade, eram as mais completas e mais ricas, porém referiam-se ao mundo sino-asiático do final do século XIII, época em que fizera suas viagens. Igual prestígio desfrutavam os relatos de Oderico de Pordenone, outro viajante europeu fascinado pelos costumes e curiosidades chinesas.
A riqueza e a autenticidade dessas obras conviviam, no entanto, em pé de igualdade, com as histórias imaginárias de Sir John Mandeville. Sua descrição de homens com cabeça de cão e cauda atraía tanta atenção e fazia tanto sucesso como as explicações de Marco Polo dos variados usos da “pedra negra” dos chineses. Sem critérios para julgar a veracidade de qualquer notícia, os europeus recebiam a todas com a mesma credulidade. Fidedignas ou fantásticas, todas essas obras desempenharam um papel importante, despertando o interesse pelo Oriente e influindo diretamente sobre o imaginário dos primeiros exploradores.
Se as notícias pitorescas e fantásticas do mundo oriental já excitavam a curiosidade europeia, apresentando-o como terra de exóticos costumes e tesouros fabulosos, o aparecimento de tratados acadêmicos, a partir do século XIII, iria estimular ainda mais a perspectiva de busca do Oriente. Esses tratados, baseados no legado cultural da Antiguidade, forneceriam ao europeu dos séculos XV e XVI dados, nem sempre exatos e muitas vezes contraditórios, porém com os quais poderia arriscar suas primeiras hipóteses.
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