História, perguntado por YasminLss, 1 ano atrás

Qual é a relação de 32 ao trabalho constituinte? (Era Vargas)

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Respondido por larissa26320
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Grupo suprapartidário com perfil de centro e direita criado no final do primeiro ano da Assembléia Nacional Constituinte de 1987-1988 para dar apoio ao presidente da República José Sarney. Foi responsável pela reviravolta no processo de elaboração constitucional ao conseguir alterar, por meio de um projeto de resolução, as normas regimentais que organizavam os trabalhos constituintes.

Era comandado por lideranças conservadoras do Partido da Frente Liberal (PFL), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do Partido Democrático Social (PDS) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e contava também com parlamentares do Partido Liberal (PL) e do Partido Democrata Cristão (PDC). Ao cindir o majoritário PMDB, sacramentou o fim da Aliança Democrática entre o PMDB e o PFL, até então fiadora formal da transição democrática e núcleo de sustentação da Nova República. Ao se apresentar como base confiável de apoio ao governo dentro da Constituinte, assegurou ao palácio do planalto a vitória nos principais temas de seu interesse: sistema de governo presidencialista e mandato de cinco anos.

Conquanto alguns de seus líderes tenham sido recompensados pelo governo federal com cargos e verbas, o grupo perdeu força antes mesmo do final da Constituinte. Diante do aumento da impopularidade do governo Sarney, causado pelo acirramento das crises social e econômica e pelo surgimento de denúncias de corrupção, os principais líderes do Centrão procuraram gradativamente dissociar sua imagem pública do Planalto, notadamente em 1989, ano da primeira eleição presidencial direta desde o movimento político-militar de 1964. Parte considerável dos seus componentes aproximou-se da candidatura vitoriosa do ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo, de todos os governantes peemedebistas justamente o mais virulento crítico do governo Sarney. Os conflitos internos de poder, o processo de rearrumação partidária ante a disputa eleitoral e o desgaste sofrido pela denominação “Centrão” perante a opinião pública fizeram com que seus integrantes deixassem de agir como um bloco formal, voltando à militância partidária.

Destacaram-se, como articuladores do grupo, os líderes do PFL, José Lourenço (Bahia), do PDS, Amaral Neto (Rio de Janeiro), e do PTB, Gastone Righi (São Paulo); o líder do governo Carlos Santana (Bahia); e os deputados Roberto Cardoso Alves (PMDB-SP), que ingressaria no PTB, Daso Coimbra (PMDB-RJ), Ricardo Fiúza (PFL-PE) e Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).

Formação e dissolução

Para entender o crescimento e o esvaziamento do Centrão, devem ser discernidos dois conjuntos de elementos. Em primeiro lugar, houve, por assim dizer, antecedentes estruturais: 1) históricos — natureza da transição democrática; 2) político-institucionais — sistema partidário e eleitoral; e 3) sociais e econômicos — clivagens regionais, setoriais e ideológicas. Tais fatores predispuseram, como uma possibilidade inerente à dinâmica política, à aglutinação momentânea, mas institucionalizada, das forças de centro e direita na Constituinte. Em segundo lugar, questões conjunturais consolidaram, após idas e vindas, uma operação de parlamentares que, balizados pelo contexto político — relações com o Executivo, crise da Aliança Democrática, conflitos entre elites regionais — e sob a injunção da organização institucional dos trabalhos constituintes — normas regimentais, sistema de comissões, prerrogativas dos líderes, ocupação das vagas e cargos nas comissões —, concretizaram a organização das forças de centro e direita em torno do governo Sarney, e contra a unidade do majoritário PMDB.



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