Qual é a função das proteínas na coagulação do sangue?
Soluções para a tarefa
O processo de coagulação sanguínea é parte integrante de um complexo
mecanismo denominado sistema hemostático, cuja função primordial consiste em
reconhecer danos vasculares e recrutar uma apropriada combinação de células e
enzimas, que levam ao tamponamento do vaso, interrompendo assim a perda de
sangue (LIMA, 2008).
A formação do coágulo de fibrina envolve complexas interações entre
proteases plasmáticas e seus cofatores, que culminam na gênese da enzima
trombina, que, por proteólise, converte o fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel.
Em 1964, Macfarlane e Davie & Ratnoff propuseram a hipótese da
“cascata” para explicar a fisiologia da coagulação do sangue. Nesse modelo, a
coagulação ocorre por meio de ativação proteolítica, seqüencial de zimogênios,
por proteases do plasma, resultando na formação de trombina que, então,
converte a molécula de fibrinogênio em fibrina. Esse modelo de cascata divide a
coagulação em três vias: a via extrínseca, que envolve componentes sanguíneos,
mas também, elementos que usualmente não estão presentes no espaço
intravascular; a via intrínseca, iniciada por componentes presentes no meio
intravascular; e a via comum, onde as duas outras vias convergem no ponto de
ativação do fator X (FX) (FRANCO, 2001). E esse modelo é, hoje, entendido
como inadequado do ponto de vista da fisiologia da coagulação já que essa
divisão não ocorre in vivo.
Atualmente, aceita-se que mecanismos hemostáticos, fisiologicamente
relevantes estejam associados com três complexos enzimáticos pró-coagulantes,
os quais envolvem serinoproteases dependentes de vitamina K (fatores II, VII, IX
e X) associadas a cofatores (V e VIII), todos localizados em uma superfície de
membrana contendo fosfolipídeos (COLMAN et al., 2001) – principalmente
fosfatodilserina (que fornece uma superfície negativa para suportar a formação.