Qual é a diferença entre cor raça e gênero
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Resposta:
Reflexões sobre os conceitos de gênero, raça e etnia na formação de professores
Os conceitos de gênero, raça e etnia ao serem trabalhados na sala de aula em uma
perspectiva da valorização da(s) identidade(s) dos múltiplos sujeitos que convivem no mesmo
espaço da escola devem ter um posicionamento político, a fim de desconstruir os esteriótipos e os
estigmas que foram atribuídos historicamente à alguns grupos sociais.
A questão de gênero a ser trabalhado na sala de aula, deve começar pelo entendimento de
como esse conceito gênero ganhou contornos políticos. O conceito de gênero surgiu entre as
estudiosas feministas para se contrapor à idéia da essência, recusando qualquer explicação pautada
no determinismo biológico, que pudessem explicitar comportamento de homens e mulheres,
empreendendo, dessa forma, uma visão naturalista, universal e imutável do comportamento. Tal
determinismo serviu para justificar as desigualdades entre ambos, a partir de suas diferenças físicas.
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De acordo com as autoras Guacira L. Louro (1997) e Eliane Maio Braga (2007), a expressão
gênero começou a ser utilizado justamente para marcar as diferenças entre homens e mulheres não
são apenas de ordem física e biológica. Como não existe natureza humana da cultura, para as
autoras, a diferença sexual anatômica não pode mais ser pensada isolada das construções sócioculturais em que estão imersas.
A diferença biológica é apenas o ponto de partida para a construção social do que é ser
homem ou ser mulher. O sexo é atribuído ao biológico enquanto gênero e é uma construção social e
histórica. A noção de gênero aponta para a dimensão das relações sociais do feminino e do
masculino (BRAGA, 2007).
Atualmente, o conceito de raça quando aplicado a humanidade causa inúmeras polêmicas,
porque a área biológica comprovou que as diferenças genéticas entre os seres humanos são
mínimas, por isso não se admite mais que a humanidade é constituída por raças.
No entanto na década de 1970, o Movimento Negro Unificado e os teóricos que defendiam a
causa, ressignificaram o conceito de raça como uma construção social forjada nas tensas relações
entre brancos, negros e indígenas. Muitas vezes simulados como harmoniosos, não tinha relação
com o conceito biológico de raça cunhado no século XIX, e que hoje está superado.
O termo raça usado nesse contexto, segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), tem
uma conotação política e é utilizado com freqüência nas relações sociais brasileiras, para informar
como determinadas características físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre outras,
influenciam, interferem e até mesmo determina o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da
sociedade brasileira.
O conceito de raça ao ser usado com conotação política permite, por exemplo, aos negros
valorizar a característica que difere das outras populações e romper com as teorias raciais que foram
formuladas no século XIX e até hoje permeia o imaginário popular.
O termo étnico é geralmente segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), marca as
relações tensas por causa das diferenças na cor da pele e nos traços fisionômicos que caracterizam a
raiz cultural plantada ancestralidade dos mais diversos grupos, que difere em visão de mundo,
valores e princípios de origem indígena, européia ou asiática. O termo étnico é fundamental para
demarcar que individuo pode ter a mesma cor da pele que o outro, a mesmo tipo de cabelo e traços
culturais e sociais que os distingue, caracterizando assim etnias diferentes.
Os professores e as professoras que se posicionam criticamente em relação ao conceito de
gênero, raça e etnia podem instituir discursivamente uma “vontade de verdade” de um grupo social,
para utilizar a expressão de Foucault (2002). Mobilizar uma ação contra os padrões e os processos
de exclusões instituídos é um grande passo para implantação de uma diversidade cultural, pois as
diferenças são socialmente construídas e estão envolvidas com as relações de poder.
Explicação: