Geografia, perguntado por AlanJone2002, 11 meses atrás

Qual é a agricultura paraticada em moçambique

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Respondido por Felipeaug265
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O discurso de Filipe Jacinto Nyusi, e do seu Governo, sobre terem eleito a agricultura como prioridade para combater à pobreza não passa de boas intenções que não se traduzem em políticas, além disso os Orçamentos de Estado mostram a contradição entre as promessas e as acções. Estes factores, segundo João Mosca, aliados ao contexto internacional “tornam a agricultura em Moçambique absolutamente inviável”. O académico não tem dúvidas que “é preciso mudar muita coisa” e sugere investir na investigação, extensão agrária assim como defender mais e melhor os direitos das comunidades moçambicanas.

Moçambique é um dos poucos países do globo bafejados por extensas terras aráveis onde existem imensos recursos naturais, contudo a nossa “pérola do Índico” é um dos países mais pobres do mundo e, a julgar pelo caminhos que os políticos escolhem, assim vamos continuar por muitos e longos anos caso não se alterem as políticas e modelos de desenvolvimento.

“A terra e os recursos naturais não são condição necessária para o desenvolvimento e transformação estruturada, os exemplos são o Japão, Singapura e Qatar” disse João Mosca durante uma conferência organizada pelo Observatório do Meio Rural(OMR), semana finda, onde o mote foi “Agricultura, Diversificação e Transformação da Estrutura da Economia”.

Na sua apresentação o professor de Economia comparou os factores que diferenciam as economias de Angola, Moçambique, Líbia, Brasil, Qatar, Singapura, Japão e países nórdicos e constatou que “a terra e recursos naturais não são necessários para que exista numa determinada realidade crescimento económico e mesmo desenvolvimento”.

Todavia, de acordo com o académico e economista, “todas as economias desenvolvidas possuem boas instituições, têm democracia, instituições estáveis, com capacidade de intervenção e desempenho de acção, existe estabilidade no sector de negócios”.

“Contrariamente a Líbia tinha apreciável desenvolvimento social e certo desenvolvimento económico mas não tinha democracia e foi esse o factor que alterou profundamente a realidade política”, acrescentou Mosca na sua apresentação onde ainda fez notar que “o poder autoritário do Estado intervencionista está presente em todas as economias do mundo”.

“Nos países seleccionados por mim o Estado teve claramente um papel muito importante no desenvolvimento, em políticas públicas, na criação de infra-estruturas, na formação altamente qualificada dos recursos humanos, na democracia, são aspectos em que o Estado teve um papel muito importante, sendo ou não sendo autoritário”, explicou.

Investimentos na agricultura moçambicana têm sido pouco geradores de emprego

Na óptica de Mosca a opção política em Moçambique “é claramente o investimento externo, com pouca criação de valor acrescentado interno e reduzidas relações interserctoriais”.

“Temos a produção absolutamente vocacionada para exportação e secundarização do mercado interno, há duas ou três excepções, como é o caso do açúcar, mas grande parte do agro-negócio é sobretudo para exportação e é onde está concentrado o investimento externo. Temos a vulnerabilidade aos contextos externos, o algodão e o tabaco são casos de grande dependência dos mercados externos de exportação que criam muito acrescida vulnerabilidade ao produtor e da concepção do desenvolvimento que nós temos de dependência do investimento externo, não é o investimento externo que vai resolver os nosso problemas”, referiu.

Para o académico os investimentos feitos na agricultura moçambicana têm sido pouco geradores “de emprego e existe uma exclusão sistemática de mais de 95% dos produtores com a criação de conflitualidades sociais. Há um estudo muito interessante que revela que onde há penetração de capital no meio rural é lá onde existem maiores conflitualidades na questão da terra, reassentamentos. Existe uma agressão ambiental clara de muitas actividades agrícolas, sobretudos ligadas ao agro-negócio”.

Filipe Nyusi tem cortado sistematicamente fundos para agricultura

Além disso João Mosca elencou várias políticas governamentais que não amigas da agricultura começando pelo orçamento cada vez mais diminuto que é alocado ao sector no Orçamento de Estado e que se reflete na pouca disponibilidade de recursos para a investigação, para a contratação de extensionistas e também para a formação dos camponeses.


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AlanJone2002: obrigado, mais não tem nada a ver com o quê eu tou a preguntar
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