Sociologia, perguntado por isabellasantosjau, 9 meses atrás

qual comparação Lévi-Strauss utiliza para falar em cultura?​

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Respondido por Larissamaju
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No texto “Raça e História”, escrito para a UNESCO, Lévi-Strauss dirige seu pensamento à diversidade cultural, elaborando sua teoria a partir de uma crítica ao evolucionismo. Para o autor, o evolucionismo ocorre porque o Ocidente vê a si mesmo como finalidade do desenvolvimento humano. Isso gera o etnocentrismo, ou seja, o Ocidente vê e analisa as outras culturas a partir de suas próprias categorias. É necessário que haja um esforço de relativização para não julgar as outras culturas através de nossa própria cultura. É preciso vê-las sem os pressupostos da nossa.

Para combater o evolucionismo, Lévi-Strauss refuta as bases nas quais este se apoia. Conforme o autor, há uma grande tentação em comparar sociedades que compartilham o tempo, mesmo estando em partes diferentes do espaço, como acontece com as sociedades “arcaicas” e a Ocidental. Essa é a primazia do evolucionismo, já que os objetos utilizados nessas sociedades são os mesmos utilizados na Europa no período neolítico. As pinturas rupestres seriam ritos de caça que as aproximaria das sociedades arcaicas; a América estaria, na época da descoberta, no mesmo estágio no qual a Europa se encontrava no período neolítico.

O autor se vale do seguinte argumento: os objetos são utilizados de maneira diversificada pelas diferentes civilizações. Para Lévi-Strauss, o progresso é um jogo e a história humana é o resultado das apostas dos vários jogadores (que são as diversas culturas). Esse jogo somente ocorre se houver a diversificação. As grandes revoluções da humanidade, a neolítica e a industrial, por exemplo, foram resultado desta parceria entre os vários jogadores, ou melhor, entre as várias culturas.

Sendo assim, a diversidade sempre retorna e, novamente, é homogeneizada. Tomemos o capitalismo como exemplo: ele produz a homogeneização econômica do globo. Mas cria uma diversidade com a desigualdade social. Assim, temos dois polos que se digladiam constantemente. O proletário está em luta contra a burguesia através dos sindicatos, dos direitos trabalhistas adquiridos; é instaurada a sociedade do bem-estar social. Ocorre, assim, um aburguesamento do proletário e isto novamente acaba com a diversidade. Depois ocorre o neoliberalismo, que destrói o estado de bem-estar social, produzindo novamente a diversidade social.

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