Qual alternativa NÃO era tema dos jornais da Imprensa Negra?
valorizar a cultura afro-brasileira
homenagear pessoas negras
não envolvimento com a política
denunciar o racismo e a violência
Soluções para a tarefa
No contexto do pós-abolição, homens e mulheres negros se organizaram coletivamente de variadas formas, no combate à discriminação racial e em busca de maiores chances de ascensão econômica e social. Naquele período, intensificou-se a produção de jornais e revistas por parte desse grupo, que no seu conjunto ficaram conhecidos como a Imprensa Negra Paulista. Nas duas primeiras décadas do século XX, a maior parte dos periódicos foram elaborados por associações que atuavam como grêmios recreativos, clubes dançantes, esportivos, dramáticos, literários ou carnavalescos. Dessa forma, boa parte desses noticiosos tinha como principal finalidade tratar de assuntos relacionados à vida social dos associados e da população negra em geral. Ao longo dos anos, cresceu também a preocupação dos grupos que dirigiam esses veículos em denunciar as restrições sociais sofridas pela população negra, traduzidas na diferença de tratamento e de acesso a oportunidades por causa do preconceito de cor. Além da capital paulista, onde foi produzido o maior número de periódicos, há registros da imprensa negra em cidades como Campinas, Piracicaba, Santos e São Carlos.
A coleção ora disponibilizada no Portal da Imprensa Negra Paulista da Universidade de São Paulo abrange XX periódicos produzidos no período de 1903 a 1963. O jornal mais antigo é O Baluarte, editado em Campinas. Apesar da multiplicidade de iniciativas, a condição de produção dos jornais era, na maioria das vezes, precária. Por isso, a maior parte das publicações teve curta duração. Mesmo os que tiveram maior duração sofreram com descontinuidades ou tiveram edições que não foram preservadas. Dos jornais que compõem a coleção, os de maior duração foram: O Clarim d’Alvorada (1924-1932), Progresso (1928-1931), A Voz da Raça (1933-1937) e Novo Horizonte (1946-1961).
O interesse de pesquisadores pela Imprensa Negra acompanhou o surgimento do campo de estudo de relações raciais no Brasil há mais de meio século, o que a torna uma valiosa e profícua fonte de informações sobre a vida associativa, formas de mobilização, as principais bandeiras e as lideranças que se lançaram ao desafio de idealizar e contribuir na edição dos periódicos.