Sociologia, perguntado por lucasbrawd, 10 meses atrás

Qual a visão dos liberais a respeito da pobreza?


lucasbrawd: olá
lucasbrawd: quero a resposta :p
lucasbrawd: Belezaa

Soluções para a tarefa

Respondido por camillaoliveira34
0

o objetivo desse artigo é resgatar o debate sobre a questão da pobreza a partir da tradição liberal,

procurando caracterizar a lógica de combate à pobreza dessa tradição de pensamento. Embora haja um

núcleo comum na perspectiva do liberalismo econômico, marcada pela valorização da liberdade

individual e da economia de mercado, como forma de coordenação das atividades econômicas dos

indivíduos, existem variantes nas abordagens dos autores liberais que não podem ser desprezadas. Dessa

forma, com o intuito de investigar com maior profundidade a tradição do liberalismo econômico, tendo

como foco a questão da pobreza e as propostas de política social, propõe-se aqui uma análise panorâmica

por meio da análise de alguns importantes autores liberais. A partir dessa investigação, o artigo sugere

que a abordagem liberal de combate à pobreza é construída como aquele indivíduo que não consegue

condições mínimas de sobrevivência, via mercado. Para esse grupo de indivíduos, o melhor remédio seria

o desenvolvimento de políticas sociais focalizadas em suas necessidades, ao mesmo tempo em que a

orientação da economia para o mercado é intensificada. As políticas sociais focalizadas na pobreza,

juntamente com a prioridade de argumentos de eficiência econômica sob noções de direitos sociais

universais, acabam por esvaziar e enfraquecer o conceito de cidadania

Respondido por gustavinholopesgbl
1

Resposta:

DA COMPREENSÃO contemporânea do desenvolvimento como processo global, ou seja, envolvendo múltiplas e complexas inter-relações entre o econômico, o social e o político, emergem seus três objetivos: a eficiência, a eqüidade e a liberdade .

O grau de alcance, por uma sociedade, do objetivo eficiência, de natureza mais econômica, pode ser aferido pelo Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que é, na verdade, um indicador de produtividade . O objetivo eqüidade é geralmente mensurado através de índices de desigualdade relativa da distribuição interpessoal da renda, o mais conhecido deles sendo o Coeficiente de Gini . Sobretudo de caráter político, o objetivo liberdade, de precária quantificação, tem sido avaliado a partir de indicadores relativos a participação política, segurança pessoal, liberdade de expressão, eficácia da lei e, em geral, ao exercício dos direitos e deveres da cidadania .

O cerne do drama experimentado historicamente pelo desenvolvimento reside na incessante e, muitas vezes, frustrante busca de conciliação desses três objetivos.

Talvez, ainda que com alguns riscos, possa se dizer que esse anseio está presente no imaginário político do Ocidente desde o Iluminismo, embora somente tenha começado a tomar concretamente forma com a gradual emergência, a partir de fins do século XVII, das nações-estados modernas do Noroeste da Europa. No que aqui interessa, a Revolução Industrial pode ser vista como o salto qualitativo na eficiência da produção, e a Revolução Francesa e seus desdobramentos – tanto os ideológicos, em particular o ainda chamado socialismo utópico, quanto os pragmáticos, mormente a progressiva universalização da educação formal, pública e leiga –, como engendrando as transformações que vão, com o passar do tempo, resultar em mais liberdade e em mais eqüidade.

A modernidade dos países considerados desenvolvidos (seja da Europa, seja da América do Norte, seja do Leste Asiático e do Pacífico, hoje uma modernidade tríplice (6), embora combinando eficiência, eqüidade e liberdade em graus bastante diferenciados, não foi obtida de modo historicamente concomitante, nem através de trajetórias de evolução nacional equilibradas. Em alguns casos – e muitas vezes por longos e descontínuos períodos de tempo –, a eqüidade foi preterida pela eficiência ou pela liberdade; em outros, a liberdade viu-se sacrificada para dar lugar a mais eqüidade ou eficiência; em outros ainda, a eficiência foi postergada em nome da eqüidade ou da liberdade. E fato, porém, que esses países, havendo conquistado níveis relativamente altos de eficiência (representada por PIBs per capita superiores a US$ 8.000 anuais, encontram-se melhor equipados para equacionar seus problemas sociais e políticos.

No extremo oposto, os países subdesenvolvidos, em mais de um sentido ainda pré-modernos, não tendo resolvido suas questões de eficiência produtiva, enfrentam grandes dificuldades para solucionar seus desafios sociais e político-institucionais. Embora seus níveis de desigualdade relativa não sejam necessariamente elevados, são muito altas suas incidências de pobreza crítica. E são em geral muito baixos os graus de liberdade política e de estabilidade institucional.

Entre os dois extremos situam-se os países em desenvolvimento, que vivenciam os paradoxos de uma modernidade incompleta e inorgânica. Embora venham em geral atingindo patamares relativamente elevados de diferenciação e complexidade econômica (inclusive, em muitos casos, considerável grau de industrialização), esse processo é comumente desigual, setorial e espacialmente, determinando grandes, ainda que quase sempre decrescentes, diferenciais internos de eficiência produtiva. Essas desigualações econômicas refletem-se em disparidades sociais (interpessoais, inter-regionais, urbano-rurais), em vários casos agravadas por assimetrias na distribuição do capital humano, ou por outros fatores de ordem histórico-cultural. Por sua vez, esses desequilíbrios sócio-eco-nômicos interagem com formas de institucionalização do poder de tendências oligárquicas, de que redundam performances modestas no que respeita aos indicadores políticos.

Explicação:

As principais características do pensamento liberal

O surgimento do Liberalismo como uma corrente definida de pensamento e de ação ocorreu no

século XVII na Europa e estava inserido no contexto de libertação política e espiritual do início da Idade

Moderna. Até chegar ao neoliberalismo contemporâneo, esta tradição percorreu uma longa trajetória,

manifestando-se em uma série de países em momentos históricos distintos e defrontando-se com

problemas políticos e sociais específicos

Perguntas interessantes