qual a solução para diminuir a pobreza na cidade?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Além disso, deve-se investir na expansão de creches e pré-escolas, assegurando o acesso pelos mais pobres, e outras ações de ampliação das capacidades das famílias, cuidadores e responsáveis na promoção do desenvolvimento infantil. É possível que um país se desenvolva reduzindo pobreza e desigualdades.
Resposta:
O Brasil viveu um ciclo de redução da pobreza com redução de desigualdades resultado da combinação de políticas sociais, investimentos em infra-estrutura, melhoria na economia, no mercado de trabalho e na remuneração, em especial dos mais pobres. [1]
Utilizando-se o cálculo feito pelo IPEA a partir da PNAD, o número de pessoas extremamente pobres no país saiu de 26,2 milhões em 2003 para 10,4 milhões em 2013, uma redução de 60%. Os pobres no Brasil passaram de 61,8 milhões de pessoas em 2003 para 28,7 milhões em 201A pobreza, quando analisada de maneira multidimensional (VAZ; JANNUZZI, 2014), também sofre uma redução grande, saindo de 7,3% em 2002 para 1,1% em 2013 (Figura 2). Esta metodologia considera 7 indicadores (frequência escolar das crianças, anos de escolaridade, saneamento básico, acesso à água, eletricidade, habitação, posse de ativos) além da renda per capita.
1) estabelecimento de uma linha de extrema pobreza para organizar a priorização do Estado;
O estabelecimento de uma linha de extrema pobreza permitiu a priorização e reorganização do Estado de forma a assegurar que as ações cheguem aos extremamente pobres. Esta seria uma estratégia que poderia ser reproduzida, com as devidas adaptações, a outras políticas. O que seria uma linha de extrema pobreza na Educação? Saúde? Cultura? Comunicações? Trabalho? A partir desta linha, é possível identificar quem são aqueles que se encontram abaixo desta linha, investigar as razões e implementar as estratégias para sua superação.
2) universalização das políticas voltadas à pobreza, em especial, o Bolsa Família;
À primeira vista, o estabelecimento de um limite e a priorização daqueles que estão abaixo deste limite pode ser interpretado como algo que se opõe à universalização. No entanto, é justamente o contrário. Não há universalidade sem equidade, se um conjunto da população não acessa a política universal ou, quando acessa, obtém resultados muito inferiores ao restante da população. Os mais pobres estão frequentando a educação infantil na mesma intensidade que os mais ricos? Estão aprendendo português, matemática e ciências igual aos seus pares de renda maior? Estão acessando tecnologias digitais no mesmo nível que seus pares? Têm acesso a médicos e especialistas conforme suas necessidades.
3) reconhecer as especificidades da população mais pobre, suas vulnerabilidades e reformular programas e ações para que de fato cheguem a estas populações;
A priorização do público abaixo da linha estabelecida permite compreender com maior profundidade suas especificidades e vulnerabilidades, para que as ações implementadas sejam de fato acessadas e produzam os resultados esperados, medidos em relação à linha. As políticas e ações devem ser redesenhadas para se adaptar à realidade do público-alvo, não o contrário, não se deve esperar que este público se adapte às características da política.
4) assegurar mais investimentos direcionados aos mais pobres, caso o esforço até então empreendido não tenha sido suficiente;
A linha é universal no sentido de que todos devem estar acima dela e a cada um deve ser garantido o que for necessário para que esteja acima da linha.
5) ações específicas para inclusão produtiva dos mais pobres;
Este item está na raiz do modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, que historicamente desenvolveu-se gerando oportunidades para uma pequena parcela da população brasileira. Como assegurar que os mais pobres façam parte do desenvolvimento econômico nacional? O Brasil Sem Miséria aponta para três ações combinadas: ampliação das capacidades dos mais pobres; inclusão dos mais pobres nos setores de maior produtividade da economia; ampliação da produtividade dos setores ocupados pelos mais pobres. Os mais pobres devem participar integralmente do desenvolvimento: no lado da demanda, como consumidores; no lado da oferta, como integrantes do processo de produção (DA VEIGA, 2008).
6) prioridade à primeira infância:
Reduzir desigualdades e pobreza passa por investir na infância e assegurar condições ao desenvolvimento infantil pleno. Na Primeira Infância se forma a arquitetura do cérebro, de acordo com as experiências vividas e as características do próprio indivíduo; experiências adversas na infância afetam o desenvolvimento infantil, sendo maior a probabilidade de que estas experiências adversas ocorram em famílias mais pobres; o prejuízo na formação da arquitetura do cérebro é cumulativo ao longo da vida, reproduzindo desigualdades e a pobreza.