Qual a situação de Fortaleza e se está sendo
aplicado o isolamento parcial ou total?
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Resposta:
Uma pesquisa mostrou que, no Ceará, os moradores da periferia de Fortaleza são os que menos cumprem o distanciamento social. E é exatamente onde há mais mortes.
A vida segue como se não houvesse pandemia num bairro da periferia de Fortaleza. O comércio de ambulantes está nas ruas e as pessoas circulando em grupo.
Uma pesquisa da Universidade Federal do Ceará concluiu que os moradores da periferia são os que menos cumprem as regras do distanciamento social, e os que sofrem a pior consequência disso. Segundo a prefeitura, os bairros mais afastados concentram o maior número de mortes.
"Ser morador de um bairro de baixo ou muito baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um fator de risco para os pacientes complicarem e, eventualmente, um fator de risco também para o desfecho mais trágico que é o óbito", diz o prefeito Roberto Cláudio.
A prefeitura está usando um caminhão para desinfectar as ruas. Um carro de som alerta sobre a importância de evitar aglomerações. Mas a dificuldade de cumprir o distanciamento social esbarra em outro obstáculo: os tipos de moradia nas periferias.
"São lugares pequenos, com, no máximo, três cômodos. E há famílias que dividem, famílias de cinco, dez, 13 pessoas dividindo os mesmos cômodos. Então, ficar nesses locais pouco arejados, sem condições estruturais, às vezes sem acesso à internet, é um desafio. Às vezes é uma utopia", comenta a assistente social Ingrid Rabelo.
Com as aulas suspensas, a dona de casa Rosiane Bandeira faz o que pode para manter a família dentro de casa. "Nessa casa moram dez pessoas, são quatro compartimentos. Aqui, graças a Deus, não chegou coronavírus. Nem é de chegar, tenho fé em Deus que isso não vai acontecer, não."
O Ceará tem mais de quatro mil casos da Covid-19 e 239 mortes. O governador Camilo Santana, do PT, anunciou, nesta quarta-feira (22), a criação de 30 novos leitos de UTI. Segundo a Secretaria de Saúde, a taxa de ocupação dos leitos públicos de UTI, para pacientes com a doença, é de 75% em Fortaleza, que concentra a maior parte dos casos da doença no Ceará.