Geografia, perguntado por yyaz, 3 meses atrás

qual a relação que existe entre os caranguejos e os guaxinins?​

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Respondido por leiasilva1841
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Um projeto pioneiro sobre o uçá (Ucides cordatus) ou caranguejo-verdadeiro integra a pesquisa biológica – de morfologia, biometria, fisiologia e reprodução – com o conhecimento obtido junto às comunidades tradicionais dedicadas à exploração dessa espécie do mangue. O projeto durou dois anos e ofereceu dados decisivos – especialmente sobre época de reprodução, potencial reprodutivo, embriologia, crescimento e tamanho na maturidade sexual – para a elaboração de regras mais adequadas à exploração sustentável. Ao mesmo tempo, aumentou as chances de essas novas regras serem cumpridas, porque estreitou a comunicação com os caranguejeiros (catadores) e contribuiu para que suas necessidades fossem levadas em conta na regulamentação.

“Biólogos e fiscais eram vistos com desconfiança pelos catadores, aparecendo apenas para impor proibições e punições. Nós fomos os primeiros que quiseram conhecer suas dificuldades e ouvir o que eles sabiam sobre o caranguejo”, conta Marcelo Pinheiro, do Departamento de Biologia Aplicada da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, que coordenou o projeto.

As conclusões do estudo ajudaram na reformulação da portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que regulamenta a exploração do caranguejo nas regiões Sudeste e Sul. O tamanho mínimo para a captura do crustáceo, por exemplo, passou de 5 para 6 centímetros de largura da carapaça. Esse é o tamanho do uçá na idade em que metade da população de cada sexo atinge a maturidade sexual – o que só ocorre a partir dos 3 anos de vida. Isso garante que a maioria dos animais tenha oportunidade de reproduzir-se.

Em compensação, o período de defeso – proibição de captura – foi ligeiramente reduzido, o que favorece os catadores. A portaria de 1998 baseava-se em estudos feitos só no Nordeste, de modo que a captura do uçá era proibida entre 1º. de setembro e 15 de dezembro. Em vista do novo estudo, feito no município de Iguape, a portaria do ano passado passou a proibir a captura entre 1º. de outubro e 31 de dezembro em toda a faixa litorânea que vai do Rio de Janeiro a Santa Catarina. Para este ano, o período foi reduzido para 20 de dezembro e a regulamentação passou a abranger o litoral do Espírito Santo.

“Como a captura de fêmeas com ovos é proibida durante todo o ano, constatamos que este seria o período mais importante para se proteger a reprodução dessa espécie nas regiões Sudeste e Sul, por ser quando ocorre a muda nupcial e a principal época de acasalamento”, explica Pinheiro. As mudanças foram feitas a partir de discussões das quais participaram representantes do Ibama, Polícia Florestal, pesquisadores e os próprios catadores. “Quando as pessoas participam da elaboração da lei, é muito mais provável que venham a cumpri-la”, diz o biólogo.

Em trabalho conjunto com o Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira das Regiões Sudeste e Sul (Cepsul), do Ibama, o grupo de pesquisa produziu um manual de orientação para a fiscalização da exploração do uçá e uma cartilha de educação ambiental em forma de história em quadrinhos, para conscientizar as populações locais da importância tanto da espécie – cuja criação em cativeiro é comercialmente inviável devido ao crescimento lento – como do mangue onde vive, considerado um berçário de peixes e de outros crustáceos, como os camarões.

População ameaçada

O trabalho é oportuno, já que, por seu tamanho e abundância, o uçá é uma das duas espécies de caranguejo de interesse econômico que só vivem nos manguezais – a outra é o guaiamum (Cardisoma guanhumi), típico do Nordeste. O uçá, que vive sobretudo no mangue baixo – a parte que fica inundada por mais tempo -, é cobiçado tanto pela carne, que alimenta muitas famílias nas áreas próximas, como pela quitina da carapaça, usada na síntese de filtros, anticoagulantes, adesivos químicos e até cosméticos

Explicação:

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