Qual a relação entre artista e cliente no mecenato?
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As artes há muito tempo se encontram ligadas a pessoas de poder e status. Na Grécia antiga as artes plásticas serviam à arquitetura e às esculturas. Péricles, grande patrocinador das artes, contratava os trabalhos de artistas e arquitetos, reconhecidos em seu meio. As finalidades eram quase sempre religiosas; homenagens aos deuses. As obras eram públicas e patrocinadas pelo Estado.
Em Roma não era muito diferente, a cultura artística sempre esteve a serviço da arquitetura, da religião, dos imperadores romanos, que eram seus principais patrocinadores.
No renascimento o sistema das artes estava nas mãos de políticos e religiosos. De fato, o patrocínio sempre proporcionou o surgimento de grandes nomes nas artes. Governantes europeus, o clero e, mais tarde, a incipiente burguesia, propiciaram apoio financeiro aos artistas, e, dessa forma, os “mecenas”, tornavam-se reconhecidos no meio social onde atuavam, principalmente, no meio religioso.
Na Itália, artistas trabalhavam em prol da igreja, como foi o caso de Michelangelo ao pintar a Capela Sistina. Outros, para garantir sua sobrevivência e a continuidade de sua atuação, ligavam-se a nobreza, às municipalidades ricas, ou às grandes famílias burguesas, quando atuavam como mestres e preceptores dos jovens.
Uma nova concepção nas artes plásticas surge com a burguesia, estabelecendo um contraponto a cultura medieval.
O novo estrato social investe na construção de palácios no centro das cidades, nas igrejas, catedrais e capelas, fixando seus brasões na entrada das portas, homenageando seus heróis através da construção de gigantescas estatuas colocadas nas praças e locais públicos, além de quadros e gravuras no interior de prédios públicos, buscando sempre uma forma de destaque em relação aos santos ou as cenas do evangelho. Assim, surgem os novos mecenas , os financiadores de uma nova cultura.
No princípio do renascimento, meados do século XV, os artistas começam a conquistar a criação individualizada. Criavam em seu ateliê, conquistando uma parcela de liberdade, mas ainda sob tutela dos mecenas. Em Florença, a família dos Médici, por exemplo, foram guardiões de renomados artistas.
No século XV, artistas como Verrocchio, Donatello, Botticelii, eram considerados artesãos de um grau superior . Além de quadros, são produzidos brasões, bandeiras, entalhes em madeira, padrões de tapeçaria entre outros. A arte começa a ter um valor de mercado.
Neste período, o valor de um quadro passa a ser medido também pelo prestígio da assinatura do artista. Seus protetores, ou patrocinadores, começam a valorizar o trabalho de arte, ampliando o valor de mercado, ao ponto de, quanto mais rápido um artista produzisse, maiores encomendas ele receberia . Alguns artistas recebiam honorários e salários para produzir.